Quem tenta impor as regras do jogo na Síria?
No dia 30 de setembro, a pedido do presidente Bashar al Assad, a Rússia iniciou o apoio aéreo à uma nação assediada pelas grandes potências ocidentais que promovem ações de centenas de grupos terroristas.
Por Pedro García Hernández
Publicado 30/09/2016 14:54

Simultaneamente, Rússia, Iraque, Síria e Irã estabeleceram em Bagdá um centro de inteligência compartilhada para a luta antiterrorista e inclusive convidaram os que lealmente quisessem iguais objetivos.
Com precisão organizativa e uma ética militar jamais empregada pelos Estados Unidos e seus aliados, tanto Rússia como Síria informaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre o início das operações.
Muito pelo contrário, e ainda que não se produzissem incidentes significativos, as respostas nunca chegaram e a partir de Washington, Londres e Paris, com o apoio da Arábia Saudita, Turquia e Catar, se intensificaram as ações contra o governo legítimo sírio.
Após um ano destes fatos, a realidade mostra os êxitos obtidos no terreno de combate, os avanços das Forças Armadas sírias e a inquietação entre as fileiras de organizações terroristas como o Estado Islâmico (Daesh) e a Frente parta a Conquista do Levante, antes Al Nusra, entre muitos outros.
O bloqueio comercial e econômico contra a Síria, os contínuos fornecimentos de armas, dinheiro e homens aos terroristas não cessaram e no terreno apareceram equipamentos bélicos altamente sofisticados, fornecidos pelo Ocidente e através das fronteiras com a Turquia, Israel e Jordânia.
Líderes do ex-Al Nusra reconheceram o respaldo público dos Estados Unidos, o regime sionista de Israel e os serviços de inteligência desses Estados, somados aos do Reino Unido e França.
Na mesma medida que os triunfos contra os terroristas eram obtidos nas frentes de combate, intensificaram a propaganda midiática contra a Rússia, a Síria e o Irã, o aumento de navios na costa mediterrânea do Oriente Médio e a verborragia para satanizar e bloquear toda tentativa negociadora em busca da paz.
Para as grandes potências ocidentais e sua saga de colaboradores na região do Levante, a utilização de uma linguagem e uma prática com duplo critério é insistentemente desenvolvida e jamais valorizaram com objetividade os avanços contra o terrorismo da Rússia, Síria e Irã.
A destruição de milhares de pontos fortificados e objetivos terroristas, o ataque efetivo contra suas linhas de roubo de petróleo e a eficaz política negociadora da Rússia e da Síria, são claramente ignoradas, e insistem na utilização da demagogia e nas artimanhas manipuladas sobre os direitos humanos e os refugiados ou deslocados.
Depois de um ano da assistência russa, a situação na Síria atinge níveis de alta periculosidade prática e que inclui a frágil ação das Nações Unidas e seu Conselho de Segurança, o qual segue, quase ao pé da letra, às indicações prepotentes estadunidenses e de seus nostálgicos aliados colonialistas.
Trata-se então de impor as regras de um jogo sujo, típico dos piores cassinos de Las Vegas, Estados Unidos, ao estilo mafioso e sem nenhuma opção que permita o contrário, pelo menos, recuperar algo da aposta inicial.