Haddad começa a desmentir pesquisas, como em 2012
A menos de uma semana das eleições de 2016, um fenômeno revoltante ameaça se repetir. Trata-se de fenômeno que poderia ter mudado o rumo da eleição paulistana de 2012 e que só não mudou porque a capital paulista chegou a um ponto em que não suportará outro governo ultraconservador e voltado para os ricos como o de José Serra, por exemplo.
Por Eduardo Guimarães
Publicado 28/09/2016 19:00
Apesar do antipetismo do centro expandido e da inocência do povo da periferia – que, premido pela sabotagem tucano-peemedebê da economia, embarcou na conversa da direita endinheirada e joga contra si mesmo ao contemporizar com uma ideologia que odeia pobre –, ainda é de se duvidar que a maioria dos paulistanos seja capaz de colocar gente como João Dória Jr. ou Celso Russomano para administrar uma cidade com problemas tão sérios.
Por conta disso, a farsa criminosa que os institutos de pesquisa Datafolha e Ibope cometeram em 2012 parece estar se repetindo, já que, mais uma vez, na reta final do pleito paulistano, o candidato que passou a campanha inteira na lanterna, aparentemente sem chance de se eleger, entra na disputa com chances de vencer.
E o mais interessante é que quem diz isso não sou eu, mas um analista do Estadão. O texto abaixo é de um dos melhores analistas político-eleitorais do país, que, eleição após eleição, vem acertando.
Se fosse só isso, porém, ainda seria pouco. Porém, há uma série de fatores que induzem à crença de que os institutos de pesquisa, mais uma vez, podem ter tentado evitar uma vitória de Fernando Haddad – a primeira vez foi em 2012.
Há pouco mais de dez dias da eleição, Haddad tinha nada mais, nada menos do que cerca de METADE da votação que teve no primeiro turno. Confira o gráfico, abaixo.
Haddad acabou tendo 29% dos votos válidos.
Agora, está acontecendo um fenômeno parecido. Na última semana da campanha eleitoral, sobram evidências de que o fenômeno pode estar se repetindo. As pesquisas Datafolha e Ibope de segunda-feira mostram Haddad e Dória subindo e Marta e Russomano caindo.
Enquanto isso, os boatos se avolumam.
Por fim, um dado importante apurado pela pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira: cerca de um terço do eleitorado paulistano (34%) declarou que ainda pode mudar o voto.
Fernando Haddad (PT) se beneficiaria de 14% dos votos voláteis. O diretor-geral do instituto, Mauro Paulino, afirmou que a eleição pode guardar surpresas.
Com a alta rejeição à classe política e o período de campanha reduzido, “muitos eleitores ainda estão descobrindo que tem eleição no domingo” e possivelmente decidirão o voto “nos momentos finais”.
O que parece estar acontecendo é exatamente o que aconteceu em 2012; os institutos de pesquisa tentam derrubar Haddad até a última hora e, não conseguindo, nos momentos finais da campanha começam a “ajustar” os números.
Seria verossímil que Haddad não fosse bem devido ao antipetismo que aprisionou boa parte de São Paulo, mas a eleição municipal tem um componente diferente. São Paulo não é só a avenida Paulista a adjacências, é uma cidade marcada pela assimetria.
Apesar da postura espalhafatosa dos patinhos da Fiesp, com seus uniformes verde-amarelinhos e sua gritaria, eles são uma ínfima minoria dos paulistanos. Em uma cidade com 12 milhões de habitantes, os 200 mil extremistas de direita só servem para provar que as classes mais abastadas se organizam melhor.
São Paulo sabe, intimamente, que se entregar na mão de aventureiros como Russomano ou de pessoas de moral frouxa como Marta Suplicy (traidora das classes populares) é um risco inaceitável para uma cidade em uma situação-limite como a capital paulista.
A eleição em São Paulo é importante não só para seus munícipes, mas para todo o Brasil. Muito está em jogo nesta cidade. Se a direita paulistana for derrotada por um petista, a direita brasileira sofrerá um golpe mortal. A esquerda paulistana, pois, tem que enxergar o momento histórico, unir-se e votar em peso em Fernando Haddad.