Uruguai reconhece Temer, mas insiste: “impeachment foi injusto”
O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, afirmou nesta segunda-feira (5) que o governo de Tabaré Vázques vai reconhecer Michel Temer como presidente do Brasil. Mas destacou uma vez mais que considera o processo de impeachment que destituiu Dilma Rousseff “injusto”.
Publicado 08/09/2016 12:40
"O Uruguai não reconhece governos, mas reconhece Estados. O não reconhecimento de um governo se dá de maneira indireta, através da retirada do embaixador e de alguma declaração que neste caso o Uruguai não fez", explicou o ministro.
Nin Novoa deixou claro, porém, que reconhecer o governo de Temer não significa que o país mudou seu posicionamento sobre o impeachment de Dilma. “"Uruguai reconhece o governo de Temer, mas segue mantendo sua posição sobre o resultado do processo. O processo foi legal, mas nos parece que o resultado foi injusto”, disse.
Logo após o resultado da sessão no Senado brasileiro que destituiu a presidenta eleita, o Uruguai emitiu uma nota oficial conde considerou que o resultado da votação foi “uma profunda injustiça”.
Uruguai tenta resolver conflitos causados pelo Brasil
Desde que assumiu de forma temporária o ministério das Relações Exteriores do Brasil, José Serra vem causando uma série de desarranjos por onde passa. Em menos de dois meses ele já conseguiu criar conflitos com países vizinhos e até uma indisposição com o Uruguai.
No caso do impasse sobre a transferência da presidência pró-tempore do Mercosul para a Venezuela, diferente de outras épocas onde o Brasil atuava como mediador de conflitos, desta vez o país foi o pivô do desajuste do bloco.
Para tentar amenizar esta situação, o presidente uruguaio Tabaré Vázquez, vai se encontrar com Michel Temer em Nova York (EUA) entre os dais 17 e 20 de setembro, antes da Assembleia da ONU que acontece entre os dias 20 e 26 deste mês. É a primeira vez, em anos, que o presidente precisa intervir em assuntos mal resolvidos por um chanceler brasileiro.