Há dois anos sem reajuste, professores em SP iniciam campanha salarial
Os professores da rede estadual de São Paulo realizam nesta sexta-feira (26) a primeira assembleia da campanha salarial. Há dois anos sem reajuste, a categoria reivindica aumento emergencial de 16,6%, para repor a inflação acumulada entre julho de 2014 e fevereiro de 2016 e a implementação de uma mesa de negociação para efetivar a meta 17 do Plano Estadual da Educação, que trata da equiparação do salário dos docentes a outras categorias de profissionais com ensino superior.
Publicado 26/08/2016 11:11
A atividade prevê a paralisação das aulas nas escolas estaduais nesta sexta-feira.
Para efetivar a meta 17, os docentes precisam de correções salariais paulatinas que perfaçam 75,33% de reajuste em relação ao salário atual. Os professores também reivindicam a equiparação de direitos dos professores temporários (categoria O) aos demais, convocação dos concursados para preencher as vagas existentes, reabertura das salas fechadas no último ano e arquivamento definitivo da proposta de reorganização escolar.
No ano passado, mesmo após 92 dias de paralisação e 24 manifestações de rua dos docentes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manteve intransigente e não concedeu reajuste nenhum aos professores. O governador também suspendeu os vencimentos dos docentes, mesmo depois de a Justiça determinar os pagamentos. Os trabalhadores chegaram a reunir 60 mil professores nas assembleias.
“Vamos superlotar a Praça da República e mostrar ao governo estadual que estamos dispostos a lutar até o fim para recuperar parte de nosso poder aquisitivo, por meio do reajuste salarial e para conquistar a equiparação dos nossos salários”, defendem os professores na convocatória da assembleia.
Os professores também querem o fim da política de isenções e renúncia fiscal do governo Alckmin que beneficia setores empresariais e retira recursos da educação. Pelos cálculos do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em parceria com o Dieese, São Paulo já deixou de arrecadar R$ 4,5 bilhões desde 2014, montante que pode chegar a R$ 60 bilhões até 2018.
Após a assembleia, vai ocorrer o lançamento do documentário A Escola Toma Partido, do cineasta Carlos Pronzato. A obra é uma resposta às propostas baseadas no projeto Escola sem Partido, que tramitam em 11 Assembleias Legislativas, na Câmara Federal e no Senado. O filme reúne depoimentos de educadores e especialistas sobre a proposta. Pronzato também é autor do documentário Acabou a Paz, Isso Aqui Vai Virar o Chile, sobre a ocupação de escolas por estudantes em São Paulo.