Mauro Santayana: Brasil, Japão e o estímulo ao crescimento econômico
O Japão, terceira maior economia do planeta, e um pais considerado desenvolvido em quase todos os aspectos – apesar de ter uma dívida bruta com relação ao PIB mais de três vezes maior que a nossa – acaba de lançar um pacote de estímulo de US$ 274 bilhões, para apoiar o crescimento econômico, incluindo empréstimos a juro zero para obras de infraestrutura.
Por Mauro Santayana, em seu blog
Publicado 03/08/2016 17:20
Enquanto isso, no Brasil, o Banco Central continua mantendo o pacote de estímulo aos bancos, com juros pornográficos da taxa Selic na casa dos 14,5%, retirando dinheiro da economia real para dar boa vida a rentistas e especuladores.
Além disso, pretende-se também diminuir, no lugar de aumentar, o financiamento à atividade real, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que ainda corre o risco de ter que enviar R$ 100 bilhões ao Tesouro, restringindo sua capacidade de estimular obras e empresas, e move-se contra esse banco uma sórdida, mentirosa, campanha fascista nos meios de comunicação e redes sociais apesar de ele ter dado sempre lucro acima de R$ 6 bilhões a cada 12 meses, nos últimos anos.
Procura-se sabotar e inviabilizar, por aqui, a capacidade de intervenção e mobilização do Estado – que detêm mais de R$ 1 trilhão em reservas internacionais – justamente em um momento em que as nações mais importantes do mundo fazem, como o Japão, exatamente o contrário.
Estamos a ponto de votar, no Congresso, um teto obrigatório para os gastos do governo – que acaba de aprovar um generosíssimo “pacote” de aumento de salários – mesmo quando nosso grau de endividamento é menor do que o da maioria dos países desenvolvidos.
Isso, em um momento em que os juros estão negativos na maioria dessas nações, como é o caso da zona do Euro, como uma tentativa de resposta lógica, eficaz, potencialmente mais inteligente, a uma crise que, como se pode ver, não é só nossa, e que afeta neste momento – ao contrário do que por aqui querem fazer acreditar aos “trouxas” – a maior parte dos países do mundo.