Dilma: Querem impor um projeto de governo ultraconservador
A presidenta Dilma Rousseff esteve em Aracaju nesta segunda-feira (25) para denunciar o golpe em curso no Brasil. Na ocasião, ela ressaltou que o intuito dos golpistas de afastá-la da Presidência é para impor “um profundo retrocesso” ao país, instituindo um projeto de governo ultraconservador com “perdas de direitos para o nosso povo”. O ato, que contou com a participação de lideranças políticas e sociais, ocorreu na Praça General Valadão, no centro de Aracaju.
Publicado 25/07/2016 19:45
Ao citar os programas sociais que estão sendo barrados pelo governo Temer, como o Mais Médicos e o Pronatec, Dilma ressaltou sua preocupação com o retrocesso dos direitos fundamentais como da educação e saúde. “Eles querem acabar com a saúde pública e com o ensino público e gratuito”, destacou.
Pauta ultraconservadora
A presidenta destacou que os golpistas “querem impedir que o povo brasileiro tenha acesso ao Sistema Único de Saúde”. “Eles falam que a saúde pública não cabe no orçamento, não cabe no orçamento que eles planejam, entregando os recursos para aqueles que são a parcela mais rica da população brasileira.”
Educação
“Estão tentando acabar com a universidade pública, estão tentando acabar com o ensino gratuito e vários programas que nós fizemos. Em menos de dois meses estão sendo enterrados na calada da noite e na escuridão que eles impõem aos dias, como o Pronatec”, citou Dilma.
A presidenta Dilma criticou o projeto Escola Sem Partido. “Para eles, a educação tem que ser amordaçada. Educação sem posicionamento, sem visão política, sem a crítica e o debate trata-se não de educação, mas de treinamento” (…) “Querem nos transformar num bando de carneiros”, desabafou.
Direitos trabalhistas
Dilma Rousseff disse que o lema que se aplica a um governo golpista, interino e ilegítimo é: “Nem um direito em pé”, é isso que eles querem, disse. “Nós não, nós queremos nenhum direito a menos. Neste processo temos que ter clareza e temos que lutar.”
“E para os trabalhadores, o que eles propõem?”, “uma reforma das leis trabalhistas”, respondeu.
A presidenta eleita citou a reforma das leis trabalhistas, proposta pelo governo Temer que impõe o negociado sobre o legislado, “retirando os direitos dos trabalhadores conquistados por muita luta”.
Para Dilma, essa é tendência do governo golpista, achar que a saída da crise é reduzir direitos individuais e coletivos. “Os recursos vão para uma parte da população que eles acham que merecem os benefícios”, destacou.
Processo de impeachment
Ao final do seu discurso, a presidenta Dilma voltou a ressaltar que irá lutar até o último minuto para reverter o processo. “Eu vou lutar para reverter, mas tenho certeza que a força do povo é o mais forte argumento que nós temos para colocar na mesa. A organização, a força e a firmeza são cruciais neste processo de votação do mérito” do processo de impeachment no Senado.