Após encontro com ministro de Temer, Moro reativa ações contra Lula
Nesta sexta-feira (24), o juiz da Operação Lava Jato na primeira instância, Sérgio Moro, reabriu por meio de despacho todas as investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após liberação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Publicado 25/06/2016 17:06
São inquéritos e processos relacionados a buscas e apreensões e quebras de sigilos feitas poucos dias antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputado. Coincidência ou não, a votação no Senado sobre o afastamento da presidenta Dilma Rousseff também está próxima. Além disso, esta semana Moro se encontrou com o ministro da Justiça de Temer, o tucano Alexandre de Moraes, ex-secretário de Segurança de Alckmin.
As investigações de Moro ainda estão em torno da reforma do sítio de Atibaia (SP) e do tríplex do Condomínio Solaris, no balneário do Guarujá (SP), além dos pagamentos para a LILS, empresa responsável pelas palestras do ex-presidente.
“O eminente ministro Teori Zavascki determinou, acolhendo parecer do exmo. procurador-geral da República, a devolução do inquérito. Tendo os autos retornado, traslade-se para estes autos cópia do parecer apresentado no Inquérito 4220 e cópia da decisão de 13 de junho de 2016 na Reclamação 23.457”, despachou Moro.
O STF, por determinação do ministro Teori, havia decretado a suspensão da tramitação das investigações contra Lula em liminar que acolheu pedido da defesa do ex-presidente, que questionou a competência da força-tarefa em primeiro grau judicial de conduzir os casos.
Moro ordenou, por enquanto, que “deverá ser observado o sigilo decretado pelo STF”, em procedimento de quebra que resultou na interceptação telefônica que captou conversas de Lula com a então presidenta Dilma Rousseff, um dia antes de ser nomeado por ela ministro da Casa Civil.
A prova foi invalidada por Teori. “Ressalve-se, por óbvio, o diálogo datado de 16 de março de 2016, entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Exma. Presidente da República Dilma Rousseff, atualmente afastada, já que invalidado”, reforça Moro.
Desde o início das investigações, o Instituto Lula e os advogados defendem que ele nunca praticou qualquer ato ilícito. O Instituto e a defesa reafirmam enfaticamente que o tríplex do Guarujá e o sítio Santa Bárbara, de Atibaia, não pertencem a Lula. Os valores recebidos pela LILS são relativos a palestras realizadas pelo ex-presidente.