Reino Unido decide deixar União Europeia e primeiro-ministro renuncia
Com 52% dos votos a favor, o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia (UE) após 43 anos de participação. O resultado do referendo realizado nessa quinta-feira (23) foi divulgado nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (24). O primeiro-ministro David Cameron defendia a continuidade no bloco e com o resultado, considerado inesperado, anunciou que vai se afastar do cargo.
Publicado 24/06/2016 09:02
O Reino Unido é o primeiro país a sair da União Europeia desde a sua criação, mas a decisão não significa que ele deixará imediatamente de ser membro da UE. Esse processo pode demorar dois anos, de acordo com o Tratado de Lisboa.
“O povo britânico votou para deixar a União Europeia, e sua vontade deve ser respeitada. A vontade do povo britânico é uma instrução que deve ser entregue. Será necessária uma liderança forte e empenhada”, disse David Cameron, ressaltando que outra pessoa deve liderar o processo de transição.
A taxa de participação no referendo foi de 71,8%, a maior em votações no Reino Unido desde 1992.
Após o resultado da votação, a libra caiu para o nível mais baixo em relação ao dólar desde 1985. O governador do Banco da Inglaterra, Mark Carney, fez uma declaração na manhã desta sexta-feira (24) onde prometeu a liquidez necessária às instituições para assegurar o funcionamento dos mercados.
A Inglaterra e País de Gales votaram fortemente a favor da saída, enquanto cidadãos da Escócia e da Irlanda do Norte optaram pela permanência no bloco. Em Londres, 60% dos votos foram pela permanência na UE. No entanto, em todas as outras regiões da Inglaterra, a maioria votou pela saída.
O resultado impactou rapidamente o mercado financeiro europeu, que já amanheceu em queda.