Upes: Vamos lutar para a CPI da merenda não ser chapa branca
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a máfia das merendas envolvendo membros da alta cúpula do governo Alckmin, será instalada nesta quarta-feira à tarde (22) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O movimento estudantil alerta que a disputa pelos rumos da CPI será intensa, pois a maioria dos parlamentares participantes da comissão, são aliados da gestão tucana.
Por Laís Gouveia
Publicado 22/06/2016 13:37
O presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes) Emerson Souza, disse que a entidade estará em peso presente na reunião de abertura do processo. “Os estudantes, professores e os movimentos sociais estão articulados para fiscalizar os trâmites, pois, foi a partir da luta política, que conseguimos a abertura da Comissão Parlamentar, por isso, continuaremos na luta para disputar o desfecho da CPI”, afirma.
CPI não pode ser chapa branca
E alerta, “Essa CPI tem em sua maioria aliados do governo Alckmin, com certeza eles tentarão, de alguma forma, blindar e retirar dos holofotes o governo do estado, por isso estamos acompanhando de perto todo o processo para que os envolvidos sejam punidos. Acreditamos que, após a abertura dos trabalhos, teremos mais clareza da comissão e de sua composição”, declarou Emerson.
Entenda o caso
Alvo da operação organizada pela Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo, intitulada “Alba Branca”, o presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), braço direito do governador Geraldo Alckmin, foi ligado no esquema de superfaturamento na compra de merendas envolvendo cooperativas familiares.
No início do ano letivo de 2016, o esquema fraudulento começou a afetar as escolas. Professores e estudantes denunciaram à imprensa que suas merendas escolares outrora com arroz, feijão e mistura, se transformou em biscoitos água e sal.
Pressionados pelo movimento estudantil, que reivindicava a abertura de uma CPI na Alesp para investigar o esquema fraudulento, parlamentares ligados a Alckmin, com o intuito de blindar Fernando Capez, faziam manobras para a não implementação da Comissão parlamentar na casa.
Como última tentativa de serem atendidos em suas reivindicações, as entidades estudantis ocuparam a Alesp, durante quatro dias no início de maio, ganhando a opinião pública para a causa e destaque nacional na luta pelo direito à merenda escolar. Recuados, a bancada tucana e aliados, foram obrigados a ceder e instalar a CPI.