Moradores do Curió repercutem notícia de indiciados por chacina

Após a veiculação pelo jornal O Povo desta quinta-feira (07/04) que 38 policiais serão indiciados por participação na Chacina do Curió que vitimou 11 pessoas no dia 11 de novembro, os moradores ainda estão temerosos com o clima de insegurança na região e dizem que não há nenhuma novidade no caso.

Moradores do Curió repercutem notícia de indiciados por chacina - O Povo

“A gente sempre soube que haviam policiais envolvidos”, confirma a estudante Sayonara Melo após a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) concluir o inquérito e indiciar 38 policiais acusados de envolvimento. “Pouca gente compartilhou a informação nas redes sociais, acho que, como eu, por medo. Além disso, as que compartilharam defendem que os criminosos sejam julgados em júri popular para que todos saibam os nomes, quem são, de onde são, e por que fizeram isso”.

Segundo as investigações da CGD, as 11 execuções foram uma “demonstração de força” dos policiais, em retaliação à morte do soldado Valterberg Chaves. “11 por 1. Será que valeu a pena?”, questiona Sayonara.

Já outro morador do bairro que não quis se identificar comenta a relevância da informação. “O que eles estão falando hoje sobre o envolvimento dos 38 policiais, já foi dito em fevereiro. Não há nada de novo. Eles falam em acusados de envolvimento e não em participantes dos crimes. Isso revolta a gente e as famílias”, critica.

Segundo o próprio jornal O Povo, “o fato de 38 policiais terem sido indiciados não significa que todos serão denunciados e terão as respectivas prisões solicitadas pelo Ministério Público”.

Entenda o caso

Na madrugada do dia 11 para o dia 12 de novembro, 11 pessoas foram vítimas de uma chacina em Fortaleza, com assassinatos nos bairros Curió, Alagadiço Novo e São Miguel. Nove dos onze homens assassinados tinham entre 16 e 19 anos.

Três das 11 pessoas mortas na chacina da Grande Messejana tinham passagem pela polícia. Os delitos, porém, não tinham relação com tráfico de drogas ou violência letal, mas ameaça, crime de trânsito e pensão alimentícia. Conforme relatos de testemunhas, as vítimas eram tiradas de dentro das residências e executadas em via pública.

Mais

A CGD ouviu mais de 200 testemunhas.

O inquérito sobre a chacina será remetido ao Ministério Público.