Mulheres lutam no Iraque: Eles têm medo de ser mortos por uma mulher
O Exército iraquiano continua a ofensiva para liberar Mossul dos terroristas do Estado Islâmico. Uma milícia curda pechmerga participa desta operação. E cada vez mais mulheres se juntam aos combatentes para defender a sua terra natal.
Publicado 30/03/2016 14:11
A comandante do batalhão de mulheres pechmerga, Hesibe Azade, de 34 anos, contou sua história para a agência russa Sputnik.
O batalhão dela luta contra o Estado Islâmico perto da cidade de Dahuk no Curdistão iraquiano. Hesibe explica por que esta luta tornou o foco de toda a sua vida.
“Quando soube que os combatentes do Estado Islâmico tinham atacado Sinjar e outras cidades curdas, naquela altura eu morava em Istambul. Quando soube sobre todas aquelas crueldades a que o meu povo foi sujeito, fiquei chocada. De imediato queria ir para a minha terra e combater pela minha pátria, mas o meu marido não quis ir ao Curdistão. Preferiu ir para a Alemanha, e eu retornei para a minha terra. Em 2015 cheguei e peguei em armas para lutar contra o Estado Islâmico. Participei das batalhas em Serekaniye, Sinjar e outras frentes. A minha unidade se chama Força do Fogo”, disse Hesibe.
Agora, estas mulheres combatem contra o Estado Islâmico nos arredores de Mossul. São trinta e chegaram de vários países, a maioria das quais são mulheres yazidi. Segundo Hesibe, o número de mulheres que entram na luta contra o Estado Islâmico cresce a cada dia.
Hesibe disse que as mulheres devem ser fortes lutando contra o Estado Islâmico e outros grupos terroristas. Em muitas áreas combatentes masculinos homens não têm direito de revistar mulheres suspeitas.
“Nós podemos fazer isso. Além disso, podemos realizar interrogações. Limparemos os territórios curdos do Estado Islâmico sujo e vingaremos do nosso povo de Sinjar e todo o povo curdo que sofreu por causa dos terroristas. Estamos prestes para lutar até o fim para proteger a nossa dignidade e liberdade do nosso povo. É a nossa luta conjunta. Protegeremos todas as mulheres e todo o nosso povo”, disse Heside.
As mulheres pechmerga afirmam que estão prontas para se sacrificar. Elas sofreram muitas perdas mas consideram todas as suas combatentes como heroínas que perderam suas vidas lutando contra "o mal".
Hesibe afirmou que as mulheres não temem o Estado Islâmico: “Pelo contrário, os terroristas têm medo das mulheres pechmerga. Têm medo de ser mortos por uma mulher porque pensam que tal morte resultará no inferno. É por isso que têm medo de nós”.
Hesibe conta que os terroristas do Estado Islâmico procuram fugir mas as o batalhão de mulheres pechmerga cercou suas posições. O desejo principal de Hesibe é de acabar com os terroristas. Mas para o início, é necessário liberar Mossul.