Chico Buarque veta uso de suas músicas por ator golpista
Após os comentários de Cláudio Botelho sobre Lula e a presidenta Dilma durante apresentação do musical sobre sua obra em Belo Horizonte, Chico Buarque decidiu que não dará mais autorização para que o ator e diretor use suas canções neste ou em qualquer outro espetáculo.
Publicado 20/03/2016 16:52
Apesar de não ter se manifestado oficialmente, a informação sobre a reação do cantor e compositor foi repassada via sua assessoria de imprensa, que ainda acrescentou: “Chico não deve dar nenhuma declaração, mas pode registrar que ele reagiu primeiro com espanto e, depois, com grande desagrado ao saber da postura do ator”, declarou ao Estado de Minas o assessor do artista, o jornalista Mario Canivello.
Na internet, vários fãs do autor de A banda, Vai passar e Cálice se mostraram indignados com Cláudio Botelho, que durante a apresentação do espetáculo Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos fez um improviso em cena, sugerindo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chamando a presidenta Dilma Rousseff de “ladra”. A hashtag #vetachico# tomou conta das redes sociais.
Roda Viva
Em cartaz desde 2014, o musical é composto por trechos e histórias da obra de Chico no cinema e no teatro, sobretudo da década de 1970, dentre eles Roda viva (1967), Ópera do malandro (1978), Calabar (1973), Quando o Carnaval chegar (1972) e Para viver um grande amor (1983). Roda viva acabou se tornando um símbolo da resistência contra a ditadura, quando em 1968 um grupo do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, e espancou os artistas.
Polêmica
Em dezembro do ano passado, Chico Buarque foi alvo de uma discussão nas ruas do Rio de Janeiro. O músico, que saía de um jantar com Cacá Diegues, foi cercado por um grupo de jovens, que incluía o rapper Tulio Dek, e ouviu: “Petista, vá morar em Paris. O PT é bandido”.