Fortaleza: Professores rejeitam proposta da Prefeitura e mantêm greve

Os professores da rede municipal de ensino de Fortaleza decidiram, por unanimidade, continuar a greve iniciada na última na sexta-feira (12/02). A decisão foi na tarde da última segunda-feira (15/02) após assembleia geral da categoria que reuniu cerca de três mil docentes.

Fortaleza: Professores municipais decidem manter greve

Os professores rejeitaram as propostas da Prefeitura de Fortaleza apresentadas na última sexta-feira (12), que sugeriu o parcelamento, em duas parcelas, do reajuste salarial de 11,36%. Com a proposta, o valor do reajuste não entraria integralmente no 13º salário e nem nas férias. Os docentes também negaram a proposta que trata sobre os pagamentos dos anuênios devidos pelo município – no valor de R$ 49 milhões – apenas a partir do mês de agosto.

Fundef

Além da questão salarial, os professores também reivindicam melhorias estruturais nas escolas, segurança para áreas de risco e o repasse dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).

O Fundo é proveniente de contribuição dos próprios estados e municípios, que são destinatários dos repasses realizados e responsáveis por sua execução em favor do ensino fundamental. Um mínimo de 60% desses recursos deve ser utilizado na remuneração dos profissionais do magistério e o restante (máximo de 40%) em outras ações de manutenção e desenvolvimento desse nível de ensino.

No último dia 29, a Justiça determinou o bloqueio de 60% do valor do Fundef de Fortaleza e cidades da Região Metropolitana. A decisão atendeu ao pedido do Sindicato dos Professores e Servidores do Estado, que pede que a verba seja destinada ao magistério. O valor bloqueado de R$ 361 mil faz parte de uma remessa devida pela União destinada à complementação do valor por aluno entre os anos de 2004 e 2006. A Prefeitura de Fortaleza, no entanto, argumenta que o valor pode ser utilizado em outras áreas, como a saúde.

Mais atividades

A categoria reforçou o calendário de atividades para pressionar a Prefeitura a apresentar nova proposta. Na manhã desta terça-feira (16/02), os professores realizarão uma manifestação com concentração na Praça da Imprensa e seguirá em caminhada até a Secretaria Municipal de Educação.

Haverá nova assembleia da categoria na manhã da próxima quinta-feira (18) para avaliar possíveis novas propostas e o andamento da paralisação. Já na sexta-feira (19), os professores realizarão nova passeata com concentração na Praça do Ferreira, às 8h, e caminhada até o Paço Municipal.

Saiba mais

Dos 11 mil professores, 30% devem continuar trabalhando.

150 mil alunos devem ficar sem aula.

Matéria atualizada às 10h04 do dia 17/02.