Iuane está ganhando força e China resiste ao 'furacão' de Nova York
Nesta segunda-feira (15), o Banco Popular da China definiu o novo valor de câmbio do iuane. Agora um dólar custa 6,5118 iuanes. Este valor supera em 0,3% o valor anterior, definido em 5 de fevereiro, na véspera do Ano Novo chinês.
Publicado 15/02/2016 16:03
É o primeiro sinal de fortalecimento da "moeda popular" (iuane renminbi é o nome oficial em chinês) desde agosto de 2015, quando a sua desvalorização provocou uma queda de 6% da bolsa de valores nacional. As bolsas internacionais também foram afetadas. Nos últimos seis meses, a moeda chinesa adotou uma dinâmica de queda, até chegar ao recorde de 1,5% de desvalorização.
Contudo, isso não impediu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) aceitasse o iuane como próximo membro do clube de moedas de reserva. Isso deve acontecer em outubro de 2016.
Depois de dar a notícia sobre o fortalecimento da moeda, o presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, comentou, em uma entrevista publicada no semanário Caixin, que no momento atual não há base para uma desvalorização "prolongada" do iuane.
A Sputnik contatou Fang Mingtai, da Academia das Ciências Sociais da China, que destacou a tendência geral estável da moeda nacional.
"O iuane mostra ter enfraquecido relativamente ao dólar, mas se fortalece relativamente ao euro, iene e outras moedas, por isso, relativamente à cesta de moedas, o iuane está se valorizando, isso é um fato", disse o especialista.
Mais cedo, em uma entrevista ao canal televisivo CNBC, o fundador do Hayman Capital Management, Kyle Bass, afirmara que há jogadores no mercado internacional que se põem a vender iuanes para acelerar uma desvalorização do renminbi em até 40%. O próprio Bass já enviou uma série de cartas para vários investidores, advertindo sobre uma eventual inflação do iuane.
Os analistas chineses consideram que a entrevista do presidente do Banco Popular foi também uma resposta a estas previsões bastante sinistras. Entre outras declarações, Zhou Xiaochuan frisou que não iria permitir que certas "forças especulativas" definam a dinâmica do mercado chinês.
Para Aleksandr Salitsky, especialista do Instituto da Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia das Ciências da Rússia, a tendência geral que está se observando é um "furacão" de dinheiro saindo "rumo a Nova York, Wall Street". O perigo não é só para o iuane, mas também para outras economias do mundo.
Outro especialista russo consultado pela Sputnik, Nikita Maslennikov, do Instituto do Desenvolvimento Contemporâneo, acha que a política monetária do governo chinês pode "achar um compromisso entre dois vetores". Para ele, o "curso do iuane é o indicador de temperatura, de crescimento dos riscos".
Fonte: Sputnik