Governo Macri demite mais de 2 mil funcionários do Senado
A vice-presidenta da Argentina, Gabriela Michetti, anunciou nesta segunda-feira (4) a demissão de 2035 funcionários do Senado. Como já é praxe na nova administração, a decisão foi oficializada por decreto.
Publicado 06/01/2016 12:40
Em uma nota enviada a imprensa local a vice-presidenta alega que a folha de pagamento não suportaria pagar tantos salários e para garantir o pagamento em dia haveria um déficit de 570 milhões de dólares.
Gabriela também afirma que os funcionários demitidos eram “fantasmas”. Porém, o representante do sindicato do legislativo, Norberto Di Próspero, afirmou que a vice-presidente deveria ter agido com mais cautela porque em meio aos demitidos, muitos funcionários de carreira também perderam o emprego.
“Se há nhoques*, teria que ter começado ao contrário, primeiro ver quem são os que não trabalham e denunciá-los à justiça. Isto afeta mais de duas mil famílias de trabalhadores de carreira que estão amparados pela lei”, afirmou Norberto.
O sindicato admite que há funcionários irregulares no Senado, mas defende que muitos dos incluídos no corte foram punidos injustamente, pois trata-se de trabalhadores que cumprem funções importantes e foram contratados dentro cumprindo todos os requisitos legais.
Depois da demissão em massa sem verificação, a vice-presidenta anunciou um convênio feito com a Universidade de Buenos Aires para realizar uma auditoria para rever o funcionamento do Senado.
*Na Argentina os funcionários fantasmas são chamados de “nhoques” porque há uma tradição de comer esta comida típica italiana no dia 29 de cada mês, justamente quando são pagos os salários.