Entidade japonesa faz reunião com testemunhas do Massacre de Nanquim
Foi realizada na quarta-feira (9), em Tóquio, uma reunião com testemunhas oculares do Massacre de Nanquim, cometido pelas tropas japonesas em 1937. A reunião ocorreu em memória do 78º aniversário do Massacre de Nanquim.
Publicado 10/12/2015 17:48
Os japoneses ocuparam Nanquim, capital da China naquela época, no dia 13 de dezembro de 1937, dando início ao massacre que durou mais de 40 dias. Mais de 300 mil civis chineses e soldados desarmados foram mortos e cerca de 20 mil mulheres foram violentadas sexualmente.
Chen Deshou, sobrevivente do massacre, pediu que as pessoas valorizem a paz e nunca deixem a que as guerras se repitam. Chen, hoje com 83 anos de idade, perdeu seu pai e sua tia durante o massacre.
Chen disse que as cenas dos cadáveres nas ruas enquanto ele e seus parentes tentaram fugir ainda estão vivas na sua memória. “Eu tinha uma família harmoniosa e feliz, mas o massacre a destruiu,” disse Chen.
A reunião das testemunhas do massacre foi organizada pelo grupo civil japonês “Massacre de Nanquim Nunca Mais”. O evento atraiu cerca de 200 residentes e intelectuais japoneses.
Kasahara Tokushi, professor emérito da Universidade Tsuru, disse que há muitos sobreviventes como Chen cujas vidas foram destruídas pelo massacre. Como um famoso especialista sobre o massacre, o professor criticou a administração do primeiro-ministro Shinzo Abe por tentar negar o massacre. De acordo com o professor, aqueles que negam o massacre, sobretudo os políticos, devem ser os primeiros a ouvir os testemunhos sobre o que aconteceu em Nanquim.
Desde o 60º aniversário do massacre, o Japão tem realizado encontros com testemunhas do massacre todos os anos. Até agora, 19 reuniões já foram realizadas em Tóquio e Osaka.