PCdoB-MS elege nova direção e propõe união pela democracia

Com a participação de 70 delegados representando 500 filiados reunidos nas bases e nas 21 conferências municipais, a Conferência Estadual do PCdoB-MS, que elegeu nova direção no sábado (28), contou com a presença de partidos políticos, entre eles PT, PV e setores do PSB, além de representantes de movimentos sociais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União da Juventude Socialista (UJS), Nação Hip Hop Brasil-MS e Frente Brasil Popular.

Também marcou presença no evento Edson França, presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), que representou a direção nacional do PCdoB. A abertura do evento homenageou o cientista político Moacir Abreu, falecido em abril deste ano, que dirigiu o partido de 2003 a 2014. No ato, os comunistas fizeram a defesa da democracia, do mandato constitucional da presidenta Dilma, da soberania e da economia nacionais, dos direitos trabalhistas e sociais e das reformas estruturais, contra o golpismo.

Eleições 2016 e desenvolvimento estadual

Um dos pontos alto do encontro foi o apelo feito pela unidade das forças de centro-esquerda nas eleições municipais de 2016, sobretudo em Campo Grande. “Um quadro político mais fragmentado exige essa construção, sob pena de termos num segundo turno duas candidaturas que não representam um projeto democrático e popular”, afirmou o advogado Mario Fonseca, reeleito para a presidência estadual do PCdoB-MS.

Outro assunto que mereceu destaque foi o projeto de desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul. O partido defende a conjugação das dimensões econômica, social, ambiental, urbana, rural, científica e tecnológica, abrangendo todos os municípios e regiões, de modo equilibrado. Segundo a resolução aprovada pelos delegados, isso requer “mudar o paradigma do atual governo, comprometido apenas com as elites” – para os comunistas, é urgente em MS uma “governança democrática, participativa e descentralizada”.

Construção partidária

Como um partido de ideias e de militância – não meramente de interesses pessoais –, o PCdoB debateu acirradamente o projeto eleitoral, mas sempre ligado à organização partidária, tanto nos movimentos sociais quanto na luta de ideias, visando ao efetivo funcionamento de suas direções e à construção pela base.

“O projeto eleitoral é importante, mas só ele não dá conta, pois o partido é de atuação permanente. Sem base social organizada, clareza nas ideias e proposta política, não vai pra frente”, afirma o presidente estadual Mario Fonseca. Em relação às alianças nas eleições de 2016 em Campo Grande, ele adverte que a unidade das forças de centro-esquerda só se fortalecerá se discutida em torno do compromisso com um projeto político avançado, “sem imposição prévia de nomes, mas priorizando um programa de governo”.

A presidenta do PCdoB na capital, professora Iara Gutierrez Cuellar, apesar de não descartar a possibilidade de candidatura à prefeitura, diz que a meta é o lançamento de chapa própria de vereadores em Campo Grande. “Estamos organizados e em condições de apresentar uma proposta mais ousada, mas que garanta a unidade política das forças avançadas”, garante.

Paridade de gênero, composição de classe e homenagem

A nova direção eleita tem 27 membros, 14 do sexo masculino e 13 do feminino, uma proporção 51,9% para 48,9%, quase alcançando a paridade de gênero. Chamou a atenção a eleição de sete trabalhadores rurais e da agricultura familiar, dos quais sete são mulheres.

A homenagem a Moacir Abreu foi um momento de muita emoção, com a presença da professora Fabiana Vieira, sua companheira, eleita para a direção estadual. O estudante Victor Abreu, filho do dirigente, que faz parte do comitê municipal de Campo Grande, falou em nome da família e emocionou a todos.

Mais informações: Mario Fonseca (9201-7662), Sede PCdoB-MS (3321-2947 e 3213-0895)