Dilma: “Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim”
Em pronunciamento em rede nacional, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre a abertura do processo de impeachment. “Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem como quanto o seu justo arquivamento”, declarou. Dilma disse ainda que jamais aceitaria “barganhas” para impedir a abertura do processo.
Publicado 02/12/2015 21:01
“Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais”, disse a presidenta, numa referência às acusações de que Eduardo Cunha mantém dinheiro desviado da Petrobras em contas na Suíça.
“Nos últimos dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha de votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara. Em, troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais aceitaria ou concordaria com qualquer tipo de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o funcionamento livre das instituições democráticas do meu país, bloqueiam a justiça ou ofendem os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública”, disse a presidenta.
A presidenta disse ainda que não “podemos deixar as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso país”.
“Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no estado democrático de direito”, encerrou.
Confira a íntegra:
Dirijo uma palavra de esclarecimento a todas as brasileiras e brasileiros.
No dia de hoje, foi aprovado pelo Congresso Nacional o projeto de lei que atualiza a meta fiscal, permitindo a continuidade da prestação dos serviços públicos fundamentais para todos os brasileiros.
Ainda hoje, recebi com indignação a decisão do Sr. Presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro.
São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido.
Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim.
Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público.
Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais.
Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses.
Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública.
Nos últimos tempos, e em especial, nos últimos dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha dos votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment.
Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha.
Muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas, bloqueiam a justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública.
Tenho convicção e absoluta tranqüilidade quanto à improcedência deste pedido, bem como quanto ao seu justo arquivamento.
Não podemos deixar as conveniências e interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade do nosso país.
Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no Estado Democrático de Direito.
Obrigada e Boa Noite!