Ucrânia viola acordos de Minsk com militarização da Bacia do Don

O Ministério de Defesa da República Popular de Donetsk (RPD) denunciou nesta segunda-feira (9) o posicionamento de tanques e artilharia da Ucrânia para a linha da frente na região da Bacia do Don (Donbass, na sigla em russo), em uma violação dos acordos de Minsk.

Soldados americanos na Ucrânia

Edvard Basurin, chefe adjunto do Estado Maior das Forças Armadas na RPD, assegurou que o serviço de inteligência registra contínuas violações do acordo feito na capital de Belarus pelas tropas de Kiev.

Em declarações à imprensa, o porta-voz oficial das milícias destacou que as forças mobilizadas para reprimir à população do Donbass (sudeste da Ucrânia) posicionaram quatro veículos de artilharia em Granítnoye, a um quilômetro da linha da frente.

A 10 km, em Piervomaiskoye, ainda segundo sua denúncia, foram posicionados cinco canhões, ao mesmo tempo em que foi confirmada a chegada de uma companhia de tanques governamentais ao povoado de Dzerjinsk, a somente 5 km da linha de contato.

O chefe-adjunto considerou perigoso para a preservação do tratado de Minsk a concentração de batalhões integrados por elementos ultranacionalistas com armamento pesado ao longo da linha de separação.

Com a assinatura em 3 de novembro de uma lei que permite aos cidadãos estrangeiros e apátridas servir nas Forças Armadas da Ucrânia, o presidente Petro Poroshenko descumpriu de fato um dos pontos do acordo, que prevê "a retirada de todas as forças estrangeiras".

Segundo o serviço de imprensa do governante, o documento número 716-VIII adotado em 6 de outubro do ano em curso pela Rada Suprema (Parlamento unicameral ucraniano) proporciona aos nascidos fora do país a capacidade legal para assinar contrato de serviço nas Forças Armadas e outras formações militares, segundo o comunicado.

A maior presença de estrangeiros nas Forças Armadas e outras formações paramilitares, diminui a necessidade do chamado ao serviço militar durante a mobilização por um período especial dos cidadãos de Ucrânia, conclui o escrito do meio presidencial, que ignora o compromisso explícito nos acordos de Minsk.

Recentemente, os negociadores na capital bielorrussa da RPD e a RPL, Denis Puchilin e Vladislav Deinego, respectivamente, informaram a decisão conjunta dessas regiões rebeldes em adiar as eleições de 18 de outubro e de 1º de novembro "para o ano que vem" para salvar as negociações.

Essa proposição inclui como condição que Kiev cumpra todos os pontos aprovados em 12 de fevereiro de 2015 na capital belarussa (Minsk-2), que o projeto de lei sobre as eleições no Donbas, as emendas à Constituição de Ucrânia e qualquer outro documento deve ser assinado por todos os participantes nas negociações de paz.

Qualquer mudança não acordada sem consultar aos rebeldes constituirá "uma violação absurda e inadmissível" dos acordos de Minsk, segundo os porta-vozes insurgentes.