Companhia aérea: avião caído no Sinai tinha falhas técnicas
A companhia aérea russa Kogalymavia (também conhecida como Metrojet) confirmou que o avião A231, caído no sábado na península do Sinai (Egito) apresentava falhas técnicas na parte da cauda.
Publicado 02/11/2015 16:57
Em coletiva de imprensa que a empresa concedeu nesta segunda-feira (2) em Moscou, representantes da Kogalymavia afirmaram que a causa da queda foi "externa".
"Ao começar a cair, o A321, pelos vistos, sofreu danos significativos na sua estrutura", afirmou um dos representantes.
Estas palavras foram contestadas mais tarde pela agência Reuters que alega uma fonte na comissão egípcia encarregada de investigar o acidente.
A declaração também é citada pelo canal de televisão RT.
Comentando o estado técnico do avião, ele disse que a aeronave fora sujeita a teste de manutenção em 2014. O teste se chama de "fadiga do metal".
Já agora, depois da catástrofe, o estado técnico de dois outros aviões da Kogalymavia já foi inspecionado e a manutenção devida realizada. Um terceiro avião está sendo inspecionado hoje mesmo, afirmou o representante da empresa.
No entanto, o representante disse que o avião A321 passou por todos os testes necessários antes de ser aceito pela empresa.
A qualidade do combustível usado durante o voo de sábado também era suficiente, não houve queixas quanto a isso, declarou o representante.
Indenizações
Na mesma coletiva, o representante da Kogalymavia declarou que a empresa irá pagar indenizações aos familiares dos passageiros e tripulantes do avião. O montante das indenizações não foi anunciado.
Já as autoridades de São Petersburgo, destino de chegada do A321 na tarde do sábado, acabam de anunciar uma indenização de 1 milhão de rublos para cada família.
Frisou também que a empresa deixou de fazer voos sobre a península do Sinai.
Mais cedo, outras companhias aéreas de vários países fizeram a mesma coisa.
Um alto dirigente da Kogalymavia, também presente na coletiva, afirmou que a companhia não tinha nenhum problema financeiro que pudesse ter afetado a segurança do voo.
Voltando ao assunto do estado técnico do avião caído, assim como do parque aéreo da Kogalymavia, os representantes da empresa afirmaram que durante os cinco voos anteriores do A231 a tripulação não apresentou nenhuma queixa. Outras tripulações que voaram naquele avião antes também afirmam que o avião estava em bom estado.
Em 26 de outubro — menos de uma semana antes do voo mortal — ambos os motores do avião passaram por teste bárico, sem que nenhum problema fosse revelado.
Investigação
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, afirmou nesta segunda-feira que não adianta especular sobre as causas da catástrofe.
Respondendo a uma pergunta direta sobre a possibilidade de um atentado terrorista contra o avião, Peskov afirmou que "nenhuma versão pode ser excluída, a investigação só está começando".
Segundo ele, o próprio presidente da Rússia, Vladimir Putin, está acompanhando a investigação.
Por sua parte, os representantes da Kogalymavia afirmam que não há razão para não acreditar na objetividade da investigação do acidente.
Um dos altos dirigentes da empresa não descartou a versão de um ataque terrorista. "Pode ter acontecido tudo", disse, respondendo a uma pergunta ao respeito.
No sábado, quando a queda do avião foi definitivamente confirmada e as informações começaram a chegar, um grupo terrorista próximo ao Estado Islâmico afirmou ter abatido o avião. A versão foi considerada por especialistas como pouco provável; um vídeo divulgado, em que supostamente se vê o avião caindo, era falso.
Voo incontrolável
Continuando a coletiva, um representante da Kogalymavia disse que o A321 estava incontrolável no momento da queda.
O chefe da pasta das Situações de Emergência da Rússia, Vladimir Puchkov, declarou que as caixas-pretas do avião estão em bom estado.
Puchkov afirmou que acaba de discutir com o ministro dos Transportes do Egito o apoio aos representantes da comissão internacional que está investigando o acidente.
A queda
Em 31 de outubro, sábado, um Airbus A321, pertencente à empresa russa Kogalymavia, saiu do aeroporto da cidade balneária de Sharm el-Sheikh, no Egito, rumo ao aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo (Rússia). Atravessando o céu sobre a península do Sinai, desapareceu dos radares e cessou de responder aos gerentes de voo. Em breve, se confirmou a queda do avião em um lugar da península. A aeronave ficou despedaçada no chão.
Todos os 217 passageiros e 7 membros da tripulação morreram.