“Vamos à luta, eu tenho muita fé no Brasil”, afirma Lula

Em visita ao Nordeste, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso e fé no Brasil ao ressaltar em entrevista que o país tem capacidade de se recuperar e voltar a crescer.

Lula na Bahia - Instituto Lula

“Vamos à luta, não dá pra ficar parado. Por que eu tenho muita fé no Brasil? Porque temos um mercado interno extraordinário. 200 milhões de pessoas querendo ir às compras, e a garantia do emprego é a economia girar”, declarou Lula em entrevista à Rádio Metrópole, em Salvador (BA), nesta sexta-feira (23).

Na quinta (23), Lula foi recepcionado no Piauí de forma calorosa. Ele foi ao estado para receber os títulos de cidadão piauiense e de cidadão teresinense concedido pela Assembleia Legislativa.

A sessão solene contou com a participação de diversos parlamentares e lideranças políticas locais, inclusive o governador do estado Welligton Dias.

O PCdoB foi representado na solenidade pelo seu presidente estadual, o ex-deputado federal Osmar Junior, e pelo vice-presidente José Carvalho.

Durante a sessão, o presidente da Assembleia, Temisthocles Sampaio, destacou em seu discurso os investimentos e ações realizados no Piauí durante o governo Lula que, segundo ele, promoveram sensível melhora nas condições de vida dos piauienses.

Democracia

Na entrevista à rádio baiana, nesta sexta, Lula chamou a atenção para a importância da democracia e a defesa do mandato da presidenta Dilma.

“Eu peço para que aprendam a viver democraticamente. Eu peço para que as pessoas respeitem a presidenta Dilma Rousseff, pois ela representa uma instituição e nós temos que aprender que respeito é bom e todo mundo quer e precisa”, disse.

Sobre a economia, Lula lembrou a estratégia adotada por ele na época para manter o consumo e os investimentos.

“No auge da crise, a imprensa publicava que o povo não ia às compras por medo de desemprego. Chamei Franklin Martins (ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social), pedi que fosse convocado um pronunciamento, e disse: ‘Vou chamar o povo pra ir pras compras’”, recordou.

“Fui pra TV. Falei que se o povo deixar de comprar, o comércio deixa de vender e a indústria não produz. Se você está com medo de consumir pra não perder o emprego, se você não consumir você vai perder o emprego mais rápido ainda”, pontuou Lula.

No banco de reserva de 2018

O ex-presidente destacou que a oposição está preocupada “com evitar a possibilidade” de uma candidatura dele ou do PT.

“Eles perderam a quarta eleição e não se conformam. Porque eles tentam destruir a mandato de uma pessoa que nem começou? Vou começar a bater asas. Vou pro Nordeste, vou pra porta de fábrica. O país tem coisas muito mais importantes do que aquilo que aparece nas páginas e manchetes dos jornais”, rebateu.

E acrescentou: “Eu já cumpri com a missão da minha vida, e apesar de tudo que se escreve eu tenho consciência de que poucos presidentes fizeram o que fiz pelo Brasil, e só fiz porque tive ajuda do povo que me apoiou e acreditou em mim. O povo brasileiro percebeu que o país já mudou e agora nós temos que torcer para aparecer novas lideranças, pessoas mais preparadas e com mais força, mas eu quero deixar claro que eu estou me cuidando e não vou deixar que o país volte a ser o que era antes. Eu estou na área, no banco de reserva olhando o jogo e preparado para qualquer situação. Estou na pista para 2018”.

Mentiras da mídia

Sobre os factoides criados pela mídia e a oposição para tentar manchar a sua trajetória política ligando-o aos casos de corrupção da Petrobras, Lula enfatizou: “Eu fico tranquilo, há muito tempo aprendi a não ficar nervoso. Quando alguém faz uma manchete cretina, eu deixo ele nervoso não lendo, eu não vou ficar batendo boca”, declarou.

Para ele, essa é apenas uma das estratégias da oposição para desestabilizá-lo. “O papel da oposição é tentar matar seu adversário. Eles fazem assim: se eu não posso na política, vou tentar de outro jeito. Antigamente, se esperava atrás de uma moita e se matava, hoje em dia não se faz mais isso”, disse.