Publicado 05/09/2015 10:29 | Editado 04/03/2020 16:11
Palco de muitas palavras de ordem e acaloradas discussões, a Câmara maceioense dos vereadores se encontrava divida entre movimentos sociais populares e os setores conservadores. Diante do cenário que se configurou, a amplitude do debate em torno do PME foi deixada um pouco de lado, abrindo espaço para uma única e exclusiva pauta que em torno de si aglutinou a maioria das falas: a ideologia de gênero.
Norteados pelas bandeiras fundamentalistas, os conservadores (entre eles o Movimento Brasil livre) iam à contramão dos avanços ao se posicionarem contra a inclusão da ideologia de gênero no Plano Municipal. Entretanto, a diversidade existe e deve ser respeitada.
Nossas escolas precisam estar preparadas para receber as diferenças e para lidar com elas, de modo a gerar uma sociedade menos preconceituosa e fundamentalista, afinal, em um Estado laico não deve existir espaço para proselitismos religiosos. A discussão de gênero é algo de fundamental importância, porém o problema educacional alagoano é macro e o debate de gênero não é nem de longe a solução para esse mal.
O Plano Municipal de Educação deve ser discutido em sua totalidade, observando seus fatores limitadores e tentando reduzi-los ao máximo, tendo em vista que a luta deve ser por melhorias e não pelo retrocesso.
Além da UNE e da UBES, estiveram presentes também a AESA (Associação dos Estudantes Secundaristas de Alagoas) e a UJS fazendo o contraponto aos setores reacionários e defendendo os interesses das minorias, mas também pautando a amplitude do debate e a defesa de uma educação inclusiva, pública, gratuita e de qualidade.
A audiência terminou por volta das 15:30h. E foi mais uma etapa preparatória para a votação do Plano Municipal de Educação, que deve entrar em pauta na próxima semana, no Legislativo.
Por Pedro Mendes, presidente da AESA e Diretor da UBES em Alagoas