Executiva da CTB faz defesa radical do mandato de Dilma Rousseff
Na tarde desta segunda-feira (10), durante a abertura da 17ª Reunião da Direção Executiva da CTB, o presidente nacional, Adilson Araújo, reafirmou a necessidade de unidade e de se construir uma agenda coletiva com os campos progressistas da sociedade.
Publicado 11/08/2015 10:53
Reunido com outros dirigentes da CTB e com o economista e professor da UFRJ, José Carlos Assis, o debate abordou a conjuntura política, a economia, o enfrentamento da crise e a melhor forma de brecar a ofensiva da direita que vem se fortalecendo e colocando em risco a democracia e o mandato da presidenta Dilma Rousseff.
A secretária de formação, Celina Arêas, defendeu a gestão de Dilma dos sucessivos ataques que vem sofrendo, muitos com motivação de gênero. “Alguns dos adjetivos que usam para falar da presidenta não seriam adotados se o presidente fosse um homem”, disse Celina, destacando que Dilma, na área econômica, diminuiu para 7,5% os juros, o que não se sustentou por conta da grave crise econômica mundial.
E sobre as frequentes comparações da presidenta com o seu sucessor, o ex-presidente Lula, a secretária diz que é importante lembrar que a presidenta enfrenta um cenário econômico bem mais turbulento que o que se experimentou nas gestões de Lula.
Em sua análise, o professor Assis deu uma verdadeira aula aos sindicalistas e disse que as centrais e sindicatos deveriam colocar o foco no desemprego (que, segundo ele, se tornará “brutal” no médio prazo a se confirmarem demissões na Petrobras e no setor da metalurgia) e promover atos coletivos reivindicatórios por todo o país exigindo mudança na política econômica. Sugeriu lemas, como "Democracia só para classe dominante? Não. Queremos democracia para todos!", ou "Fica, Dilma! Fora Levy!".
Ainda sobre o desemprego, o secretário de Aposentados e Previdência da CTB, Pascoal Carneiro, pontua que é hora de fazer a defesa da Convenção 158, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe a demissão imotivada.
“O Programa de Proteção ao Emprego (PPE) não está funcionando. A GM preferiu demitir a entrar no programa. Não tem mesmo lógica você utilizar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para pagar parte dos 30% que se está reduzindo do próprio salário do trabalhador”, diz Pascoal, referindo-se às regras do PPE, medida provisória temporária lançada pelo governo para inibir demissões neste momento de crise.
Adilson Araújo aproveita para lembrar que, em 2014, 96% dos acordos salariais entre patrões e empregados garantiram aumento real na remuneração do trabalhador, ou seja, há um fortalecimento do movimento sindical que agora precisa batalhar pela manutenção do emprego.
Para o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, a luta política e a luta econômica dos trabalhadores estão intimamente conectadas. “É preciso levantar bem altas as bandeiras da democracia e da defesa do mandato constitucional e, ao mesmo tempo, fazer a crítica, até mais veemente, contra a retirada de direitos”. E sugere como afirmativa de ordem: “Manter a presidente Dilma e mudar a política econômica”.
Como afirmou o vice-presidente Nivaldo Santana, a questão política central que se precisa enfrentar neste momento consiste em evitar o golpe. “E derrubar a Dilma é um golpe. Nós precisamos trabalhar para restaurar a governabilidade”, diz ele.
Diante da conjuntura complexa que o Brasil está vivendo, Nivaldo citou o líder comunista chinês Mao Tsé Tung e seu livro “Sobre a prática e a contradição” para ilustrar as contradições intrínsecas aos fenômenos sociais e a necessidade de identificar a principal contradição e enfrentá-la.
No caso do Brasil hoje, esta reside na garantia da vitória obtida legitimamente nas urnas há menos de um ano. “A CTB tem sido protagonista na defesa do estado democrático de direito. E isso significa defender o mandato constitucional com toda e qualquer crítica que se tenha a este projeto”, diz ele.
Marcha das Margaridas
A secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, fez um balanço geral da Marcha das Margaridas, desde a sua organização e preparativos finais, até as principais pautas sustentadas pelo movimento nacional.
Destacou os quintais produtivos, o projeto de casas populares, as creches no campo, a denúncia do fechamento de escolas rurais e a necessidade de intensificar a prevenção do câncer de cólon do útero, entre outras reivindicações.