Rússia renova embargo a alimentos em resposta às sanções europeias

A Rússia renovou nesta quinta-feira (6) a proibição da importação de vários alimentos provenientes da União Europeia e dos EUA pelo segundo ano sob a justificativa de garantir a “segurança nacional”. Trata-se de uma resposta à ampliação de sanções por parte de países ocidentais contra Moscou, a quem responsabilizam pela escalada de conflito na Ucrânia.

Vladimir Putin

Segundo o presidente Vladimir Putin, a medida “tem como finalidade garantir a segurança da Federação Russa”, de acordo com a emissora RT.

Até 5 de agosto de 2016, será restrita a entrada de carne de boi, de porco, de peixes e de aves, bem como leite, queijo e algumas frutas e verduras também de países como Austrália e Canadá.

Recentemente, o Kremlin estendeu o embargo alimentício a sete outros países: Noruega, Albânia, Montenegro, Islândia, Liechtenstein, Ucrânia e Georgia – países que apoiaram a União Europeia nas sanções contra a Rússia.

Cerca de 180 mil russos assinaram uma petição no site change.org contra o embargo, com o argumento de que a medida gerou um aumento significativo do preço dos alimentos, forçando a redução de consumo por parte de pensionistas, grandes famílias e classes sociais menos abastadas.

Com a normativa, aqueles que consumirem os alimentos proibidos, em vez de destruí-los, poderão receber multas de até 120 mil rublos (R$ 6.500) e a possibilidade de até três meses de prisão por negligência.

Essa medida foi proposta pelo ministro da Agricultura russo, Alexandre Tkatchov, que denunciou que, em algumas ocasiões, os produtos proibidos entram no território por meio de países vizinhos. Quando são descobertos na fronteira, esses alimentos são destruídos lá mesmo.

Sanções europeias

Em junho deste ano, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, advertiu ao ocidente que Moscou responderia de modo recíproco às sanções pela intervenção dos russos no conflito ucraniano, por considerá-las “ilegais e infundadas”.

Na ocasião, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia renovaram a ampliação das sanções econômicas à Rússia até 31 de janeiro de 2016.

A medida vem como forma de pressão sobre o Kremlin por seu “papel desestabilizador” na crise ucraniana, pelo fim do conflito que já dura mais de um ano. Para os chefes da diplomacia do bloco, a extensão das sanções visa também “uma completa implantação" do acordo de paz de Minsk.