Novo delator da Lava Jato confirma que esquema funcionava desde FHC
O mais novo delator da Lava Jato, Mário Góes, operador para a Diretoria de Serviços da Petrobras, disse em depoimento à Polícia Federal, na terça-feira (28), que o esquema de propinas em contratos da Petrobras funcionava desde a década de 1990, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Publicado 31/07/2015 11:38
No depoimento de Góes, segundo publicação do Estado de S. Paulo desta sexta-feira (31), ele conta que ouviu do ex-gerente de Serviços, Pedro Barusco, que Denise Kos, operadora de contas para movimentar propinas na Suíça, foi apresentada a ele por Julio Faerman, representante da SBM que teria negociado suborno desde o primeiro contrato de navio-plataforma da Petrobrás, no governo tucano.
Ainda segundo Góes, Barusco o apresentou a Denise para a criação da empresa Maranelle e da conta de mesmo nome na Suíça "que a partir de então passou a manter contatos constantes com Denise, tanto por telefone como pessoalmente".
Ele disse ainda que mantinha extratos e outros registros da conta, mas que, no começo de 2014, destruiu toda a documentação a pedido de Barusco.Denise também teria atuado na criação da empresa Maranelle e da conta de mesmo nome na Suíça, utilizadas por Góes e Barusco para movimentar propinas do caso Petrobras no exterior.
A investigação da Polícia Federal mostrou que Góes recebeu de empreiteiras, entre 2003 e 2014, R$ 220 milhões. A PF também identificou um pagamento feito pelo operador no valor de R$ 70 mil, em 2007, a Barusco.