Jandira rebate deputado que defende aborto de "feto criminoso"
Em entrevista ao Jornal do Brasil, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) comentou a declaração do também deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) que em entrevista ao jornal The Guardian disse que “um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”.
Publicado 22/07/2015 17:17
"Essa é uma manifestação política pautada na visão reacionária, fascista e neomalthusiana. Certamente os estudos genéticos e de neurociências não seriam feitos em fetos dentro dos úteros das mulheres da elite, e sim nas barrigas negras e pobres da periferia do Brasil", afirmou a líder do PCdoB na Câmara.
Bessa, que é relator da PEC 171/93, que trata da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, disse na reportagem que a PEC aprovada em primeiro turno na Câmara Federal, após ser recusada em uma sessão anterior realizada no mesmo dia – “é uma boa lei que acabará com o senso de impunidade em nosso país".
"A postura é de criminalizar a infância. O parlamentar até se defendeu, dizendo que prevê no futuro a redução da maioridade penal para 14 anos. E até menos se fosse necessário, segundo ele. Isso mostra a perspectiva de bancadas conservadoras do Parlamento em cada vez mais criminalizar a juventude, de pôr crianças nas cadeias a qualquer custo. Querem chegar ao Ensino Fundamental", rebateu a deputada comunista.