Atila Jacomussi se solidariza com trabalhadores demitidos de montadora
Em gesto de solidariedade e apoio, o deputado estadual Atila Jacomussi visitou nesta terça-feira (14/07/2015) o acampamento de trabalhadores que protestam contra a demissão de 419 trabalhadores da GM que estavam em lay-off.
Publicado 15/07/2015 14:30 | Editado 04/03/2020 17:16
“Estou ao lado dos trabalhadores nesta luta. Meu mandato está à disposição nessa batalha pela reintegração desses profissionais, pais de família. Tenho discutido o papel da indústria na Frente Parlamentar pela Valorização e Ampliação do Polo Industrial de Mauá, que é o principal setor na geração de receita para o poder público”, pontuou o deputado estadual Atila Jacomussi.
Os trabalhadores pedem reintegração de profissionais sequelados, que são aqueles que sofreram acidente durante o trabalho e têm restrições médica, além da adesão da GM ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que possibilita redução de até 30% da jornada de trabalho, com diminuição de 30% do salário pago pelo empregador e redução de 15% no vencimento do funcionário, os 15% seriam pagos pelo governo.
Desde que a crise financeira se instalou no País, o governo federal passou a aplicar o chamado ajuste fiscal, com aumento da carga tributária, endurecimento no acesso de benefícios sociais e incentivo a redução de consumo. O efeito é queda na produção industrial, nas vendas do comércio e demissões.
O eletricista Evanildo Amaral dos Santos, por exemplo, sofreu um AVC em 2008 enquanto trabalhava na GM. “Havia muita pressão e eu estava trabalhando em um horário incomodo, das 15h à 00h. Tentei mudar, mas não permitiram e acabei me adoentando. O Ministério do Trabalho e a Previdência reconheceram minha restrição médica mas, mesmo assim, me demitiram”, contou o operário de 42 anos que sustenta mulher e filho.
Thiago Somavilla relatou ter sido desligado da GM por telefone enquanto cumpria o lay-off, classificação para trabalhadores que não foram demitidos, mas seguem afastados do trabalho em razão da queda de produção. “Meu chefe vinha me iludindo dizendo que eu poderia voltar ao trabalho a qualquer momento. Já sabia que seria demitido, mas ele dizia que não. Até que na quarta-feira passada ele pediu para ligar no RH e me informaram da demissão. Nem o telegrama eu recebi. Fui descartado”, contou.
O acampamento na porta da matriz da GM, na Avenida Goiás, em São Caetano, se instalou na segunda-feira. No local, estão presentes cerca de 40 trabalhadores em uma estrutura de algumas barracas, sem espaço para higiene pessoal e a alimentação é feita por meio de marmitas. “Nós estamos incomodando a GM. Vamos ficar aqui até que haja uma negociação pela reintegração de trabalhadores. Tem que ter diálogo. Nossa manifestação é pacífica e não queremos atrapalhar a sociedade de São Caetano”, relatou um dos líderes do protesto, Ricardo.
Por Gustavo Pinchiaro