Isolado, Netanyahu critica acordo nuclear iraniano
Como era de se esperar, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou o acordo nuclear iraniano. Segundo ele, o entendimento é "um erro histórico para o mundo".
Publicado 14/07/2015 17:06
Netanyahu insinua que o acordo não impedirá Teerã de fabricar a bomba atômica. "Enquanto o espetáculo com o Irã continua, o país está prestes a fabricar a bomba nuclear e dispõe de milhões de dólares para o terrorismo e ataques", escreveu Netanyahu em uma das mensagens publicadas no Twitter.
Por sua vez, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou que o acordo “mostra trabalhos de engajamento construtivo”. “Com esta crise desnecessária resolvida, novos horizontes aparecem com um foco em desafios compartilhados", anunciou no Twitter após o fechamento do acordo.
Em declarações em rede nacional iraniana, Rouhani ainda declarou que o Irã "nunca procurou produzir uma arma nuclear e nunca buscará produzir uma arma nuclear". "O mundo inteiro sabe muito bem que produzir isso é algo proibido", afirmou à população.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, celebrou o acordo sobre a questão nuclear alcançado entre o Irã e as potências mundiais do G5+1, o qual qualificou de histórico.
“Parabenizo aos protagonistas do acordo, que ratifica o valor do diálogo”, assinalou em um comunicado. Ban destacou os esforços realizados pelas partes e a determinação e o compromisso dos negociadores.
Além disso, reconheceu "a coragem dos líderes que adotaram o pacto, cuidadosamente elaborado por suas equipes em Viena e outros lugares".
Irã e as cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China, mais Alemanha (o chamado G5+1) alcançaram na capital austríaca um entendimento em torno do programa nuclear de Teerã, depois de uma década de tensões e o recrudescimento das sanções contra o país persa.
“Espero, e assim acredito, que este acordo leve ao entendimento mútuo e à cooperação, face aos múltiplos desafios no Oriente Médio, além de sua contribuição à paz e à estabilidade da região”, sublinhou o secretário-geral das Nações Unidas.
O diplomata garantiu o respaldo da ONU à iniciativa e sua disposição em colaborar para que se implemente de maneira efetiva. Irã e as potências centraram o pacto na limitação das atividades nucleares de Teerã, de maneira que elimine supostas dúvidas em torno de seu caráter pacífico, em contrapartida ao fim das sanções da ONU e do Ocidente, ratificadas há um mês no seio do Conselho de Segurança, à espera do acordo materializado em Viena.
A nação persa insiste em seu direito de utilizar a energia atômica para o desenvolvimento socioeconômico, bem como em resguardar sua soberania e independência.