Ação por lavagem contra Cunha Lima está há dois anos parada no STF
Há mais de dois anos a ação criminal que investiga esquemas de desvios de recursos e lavagem de dinheiro na campanha eleitoral contra o senador tucano Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) está parada aguardando a substituição do juiz pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.
Publicado 14/07/2015 12:50
Apesar de seu discurso inflamado de combate à corrupção, o tucano Cássio, um dos principais porta-vozes do golpismo e líder do PSDB no Senado, é réu na Operação Concord, da Polícia Federal, que apura esquemas de desvios de recursos e lavagem de dinheiro na campanha eleitoral de 2006.
A operação é conhecida por ter provocado literalmente uma chuva de dinheiro na capital paraibana, João Pessoa. Isso porque para não ser pego em flagrante pela Polícia Federal, um operador da política local, Olavo Lira, conhecido como Olavinho, teria jogado R$ 400 mil do alto do edifício Concord.
Nesta terça-feira (14), o professor universitário Charlinton Machado protocolou pedido junto ao Ministério Público Federal, autor de investigação, para que provoque a ministra Rosa Weber a dar celeridade ao processo.
Por ter foro privilegiado, o processo foi para STF sob os cuidados da ministra, que, no dia 3 de dezembro de 2012, pediu providências ao juiz Sergio Moro, que na época era o juiz instrutor do caso. “Atribuo ao Juiz Federal Sergio Fernando Moro, magistrado instrutor, os poderes previstos no referido dispositivo, para doravante praticar os atos ali previstos e ordinatórios quanto ao trâmite deste inquérito", disse Rosa Weber.
Diferentemente da “celeridade” que pauta a Operação Lava Jato, inclusive criticada por alguns juristas, Moro não dispensou a mesma conduta e o processo contra Cássio está parado. “Embora haja toda a gravidade, o juiz Sérgio Moro resolveu secundarizar a atenção processual, resultado por temermos a prescrição, como acontece nos processos do PSDB, estamos agindo pedindo celeridade”, disse Charlinton em entrevista ao Portal WSCOM.
Segundo ele, que também é presidente do PT da Paraíba, “é preciso dar celeridade a este rumoroso caso em que o ex-candidato ao governo e atual senador é acusado em ação do Ministério Público Federal de lavagem de dinheiro e relação promiscua do Estado com agentes privados prestadores de serviços”.
Ele afirmou ainda que “é preciso que a sociedade brasileira conheça a verdade política do atual senador, que pousa de homem decente acusando o PT de ser organização criminosa, algo que jamais será, como ele já mereceu cassação de mandato por crime eleitoral, e agora precisa se explicar sobre ação criminal do Ministério Público por lavagem de dinheiro, aliás com R$ 400 mil voando de um edifício em João Pessoa daí o nome Caso Concorde”.