Fitmetal: em defesa da democracia, da CLT e do desenvolvimento do país
A direção executiva da Fitmetal se reuniu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, entre os dias 9 e 10 de julho para debater a conjuntura política nacional e a situação da classe trabalhadora diante de um congresso reacionário. Os metalúrgicos publicaram uma nota, para alertar a categoria em todo o país, sobre o cenário que “coloca em risco conquistas históricas do povo brasileiro, como a manutenção da democracia e a Consolidação das Leis Trabalhistas”.
Publicado 14/07/2015 10:39
Os metalúrgicos acreditam que cabe à classe trabalhadora defender a Constituição e o mandato legítimo da presidenta Dilma. Afirmam ainda que toda e qualquer tentativa de golpe deve ser combatida. “O Brasil não sairá da encruzilhada política sem mobilização e conscientização da classe trabalhadora”, diz a nota.
Leia a nota na íntegra:
A direção executiva da Fitmetal, reunida em Caxias do Sul, nos dias 9 e 10 de julho, chama a atenção da categoria metalúrgica em todo o país para a complexa conjuntura política atual, cujo cenário coloca em risco conquistas históricas do povo brasileiro, como a manutenção da democracia e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Neste momento delicado, cabe à classe trabalhadora ter consciência de sua importância na defesa da Constituição e do mandato da presidenta Dilma Rousseff, reeleita democraticamente no final de 2014. Qualquer possibilidade de golpe deve ser combatida com ênfase, sob o risco de a atual agenda negativa (insuflada pelo Congresso mais reacionário das últimas décadas) se ampliar ainda mais e vir a se transformar em uma crise institucional, com sequelas históricas e de longa duração.
O Brasil não sairá dessa encruzilhada política sem mobilização e conscientização da classe trabalhadora. A crise, tão destacada pela mídia e por setores da direita, atinge o sistema capitalista em todo o mundo (avalia-se que mais de 1 bilhão de pessoas passaram fome em 2014). A despeito dessa realidade, o país manteve sua capacidade de atrair investimentos internacionais, condição que dá ao governo e à sociedade elementos para apostar em seu potencial de crescimento a médio prazo.
Dessa forma, é preciso ficar claro que a classe trabalhadora não pode ser a única a pagar a conta pela crise. O movimento sindical precisa voltar a colocar em pauta temas como a redução da jornada de trabalho para 40 horas (sem redução de salários), o fim das demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT), a alta rotatividade e exigir mudanças drásticas na política macroeconômica do país. Com juros cada vez mais elevados, pagamento de superávit para atender aos interesses do mercado financeiro e o atual ajuste fiscal, será impossível retomar o caminho do desenvolvimento.
O próximo período exigirá grande firmeza ideológica de cada trabalhador e trabalhadora. A categoria metalúrgica tem, portanto, a responsabilidade de estar na linha de frente desse enfrentamento. Para a Fitmetal, essa premissa é fundamental para o país superar a atual crise político-econômica e voltar a se desenvolver, sem nenhum tipo de retrocesso.
11ª Reunião da Direção Executiva da Fitmetal
Caxias do Sul, 10 de julho de 2015