CTB debate investimento em comunicação e democratização da mídia
Aproximadamente 50 pessoas, entre diretores, presidentes e comunicadores, participaram do 2º Encontro de Comunicação da CTB-RS, realizado no auditório da Fecosul, na última quinta-feira (9). Entre os objetivos da atividade, estava debater a democratização da mídia, a melhoria da comunicação integrada com sindicatos filiados à central e a importância estratégica da comunicação como ferramenta nas lutas dos trabalhadores e na criação de uma marca própria e forte.
Publicado 13/07/2015 14:52
O evento contou com a presença de Altamiro Borges, coordenador geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, que foi o primeiro palestrante manhã. Na abertura, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, afirmou que “precisamos saber utilizar as novas ferramentas da mídia a favor da luta dos trabalhadores e compreender o papel que a imprensa tem nas disputas políticas, contra e a favor das nossas bandeiras”. Também participaram da primeira mesa a Secretária-Geral da CTB-RS, Eremi Melo, e tesoureiro, Júlio Lopes.
Altamiro cumprimentou a CTB-RS pela iniciativa considerando o Encontro “pioneiro no avanço da organização na comunicação”. “O movimento sindical está perdendo a batalha de ideias na sociedade brasileira. Não significa que o movimento sindical está trabalhando menos. Está trabalhando muito. Mas perde o referencial estratégico quando se limita às lutas econômicas específicas de cada categoria. Deve retomar a luta de ideias” afirmou. Também abordou o tema da democratização da mídia e disse que “o movimento sindical ainda não despertou para esse debate”.
Para o coordenador do Barão de Itararé, o movimento tem dois desafios nesta pauta: “democratizar a comunicação. Fazer a regulação econômica que já existe desde a década de 20 nos Estados Unidos. Lá é proibido propriedade cruzada. Não se pode ter jornal, rádio, TV, nas mãos do mesmo empresário. Isso é monopólio. Cria pensamento único. O que a RBS faz aqui é proibido lá”. E “desenvolver os nossos veículos de comunicação, seguir apostando nos jornais, nas rádios e TVs comunitárias, e avançar na internet e redes sociais”.
A manhã de atividades foi encerrada com a apresentação da jornalista da Fecosul, Juliana Ramiro, que apresentou dados sobre a importância das redes sociais na atualidade, principais ferramentas e cuidados que se deve ter ao usá-las. O Facebook ganhou destaque pelo alcance que tem no Brasil: audiência 7 vezes maior que a da revista Veja, 40% maior que a do rádio, e 30% maior que a da TV a cabo.
À tarde, o jornalista, Clomar Porto, falou sobre a importância de se investir e fazer planejamento para a comunicação sindical, e avançar na renovação da linguagem para dialogar com a juventude. Gil Kurtz, publicitário do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil (STICC), falou sobre a experiência do sindicato que ganhou destaque: “o movimento sindical precisa enfrentar o desafio de se atualizar. Precisa aperfeiçoar e melhorar sua comunicação. Colocar a comunicação contemporânea a serviço de nossa estratégia”.
Na parte final, o jornalista Luiz Fernando Boaz trouxe a experiência de comunicação interna e externa da Fetag-RS, dando destaque a um projeto novo: o programa de rádio "A Voz da Fetag", gravado na própria sede da Federação, com periodicidade semanal. O Encontro foi finalizado por Aline Vargas e Lucas Maróstica, responsáveis pela comunicação da CTB-RS. A última apresentação teve como principal objetivo aumentar a integração da Central com seus sindicatos filiados. Foi apresentada, aos sindicatos que ainda não contam com um jornalista que faça a cobertura das atividades, uma forma simples e rápida de repassar informações à CTB Nacional.
Ao final, o Encontro serviu para renovar conhecimentos e deixar claro que a comunicação vive numa constante modernização, sendo importante assim se atualizar sempre que possível. O movimento sindical como um todo ainda precisa aprimorar a a maneira de dialogar com os trabalhadores, principalmente, os jovens. O objetivo da CTB-RS de discutir sobre as novas formas de interação foi atingido satisfatoriamente e a certeza de que um amplo caminho ainda deve ser percorrido é a motivação para que se siga buscando novos canais de interlocução.