Publicado 22/06/2015 10:40
Na semana passada, a CNBB emitiu nota contra a proposta em discussão na Câmara dos Deputados de redução da maioridade penal. Segundo Sérgio Rocha, diversas medidas deveriam ser colocadas em prática antes da alteração na Constituição.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (22) no jornal Valor Econômico, o presidente da CNBB afirma: “Há passos anteriores que não estão sendo dados. Temos que criar condições para crianças e adolescentes terem direitos assegurados. Isso depende de políticas públicas, do governo, de as Igrejas fazerem sua parte”.
Para Dom Sergio, é preciso “responsabilizar os adultos aliciadores de menores”. Essa também tem sido o argumento levantado pela presidenta Dilma Rousseff para se opor ao projeto discutido pela Câmara dos Deputado.
“Em grande parte, as infrações cometidas por adolescentes são maquinadas por adultos – é preciso responsabilizá-los”, defendeu o presidente da CNBB.
Sobre a política de ódio incentivada por grupos direitistas, Dom Sérgio disse que é “lamentável que algumas iniciativas de grupos minoritários ponham em xeque conquistas que tivemos.
“Não se pode querer voltar atrás a um período como o da ditadura militar… O que digo é que é direito manifestar-se, e é bom que se manifeste, mas sem desrespeito e sem violência”, enfatizou.
Ele também repeliu a onda de intolerância religiosa e comentou o ataque a uma garota de 11 anos, enquanto ela deixava um culto de Candomblé, no Rio de Janeiro.
“O candomblé é uma religião de raiz africana que precisa ser respeitada. Não se justifica a agressão a alguém porque pratica essa religião. As religiões e as igrejas jamais poderão incentivar a intolerância, porque estariam contrariando a essência de cada religião”, disse.