Direita venezuelana começa a formar grupos armados
O jornalista venezuelano José Vicente Rangel, ex-vice-presidente da República, denunciou neste domingo (21) a formação de grupos armados em várias cidades do país para atentar contra a cidadania em meio ao processo eleitoral.
Publicado 21/06/2015 19:28
Durante seu programa televisivo, transmitido pela “Televen”, Rangel divulgou informações sobre a planificação de atos terroristas para alterar a ordem pública.
O jornalista destacou que estão em plena criação várias unidades integradas por paramilitares e elementos do narcotráfico pertencentes a cartéis mexicanos e de outros países da América Central.
Rangel, que é o vencedor do Prêmio Nacional de Jornalismo de 2015, disse que esses grupos se concentram em cidades como Caracas, Valencia, Maracay e planejam atuar contra o transporte público (inclusive o metrô), delegacias de polícia, instalações de iluminação pública e os aquedutos.
Por outro lado, afirmou que em meio ao processo eleitoral cresce a angústia na oposição devido a suas discrepâncias e divisões internas.
O jornalista apontou que a Mesa da Unidade Democrática (MUD) atua cada vez menos como ente coordenador das formações opositoras, inclusive as reuniões de sua direção são pouco frequentes.
Até agora as tarefas de propaganda e organização de atos públicos são assumidas pelos partidos por sua própria conta em âmbito local, o que reduz sua expressão como movimento nacional.
O outro aspecto negativo para a oposição é a paralisia em que se encontra o MUD, em contraste com a ação nas ruas e nos meios de comunicação do Partido Socialista Unido da Venezuela, comentou.
As consequências disso, entre outras, acrescentou, são o desalento e as críticas aos dirigentes da oposição pela falta de mensagens para a solução dos problemas econômicos do país.
Relações exteriores
O vice-presidente da mesa diretora do Parlamento Latino-americano (Parlatino), Roy Daza, alertou neste domingo sobre o interesse de setores da direita, principalmente a estadunidense, em asfixiar a Venezuela nas suas relações internacionai.
De acordo com o deputado, esses esforços não frutificam graças à correlação de forças políticas na América Latina, mas mesmo assim são motivo de preocupação.
A oposição venezuelana está atada aos desejos dos setores mais retrógrados da política norte-americana que não querem uma aproximação entre os dois países, disse Daza em uma entrevista no programa de TV de José Vicente Rangel.
O vice-presidente do Parlatino recordou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, emitiu um decreto que qualifica a Venezuela de ameaça a sua segurança, algo inaceitável desde qualquer ponto de vista.
Depois do rechaço internacional a essa resolução, Washington e Caracas retomaram o caminho do diálogo.
A Venezuela impulsiona a aproximação com os Estados Unidos a partir da discussão das divergências em reuniões de alto nível e negociações diplomáticas baseadas no respeito, comentou Daza.
O deputado também realçou dentro desse processo a reunião mantida no Haiti entre o presidente do parlamento venezuelano, Diosdado Cabello, e o conselheiro do Departamento de Estado, Thomas Shannon.
Foi um fato de muita importância, pois derrubou infâmias sobre Cabello e reafirmou a vontade da Venezuela para dialogar, comentou Daza.
A política externa fomentada durante o governo de Hugo Chávez e continuada por Nicolás Maduro não tem precedentes na história do país, agregou.
Esta política – apontou – se caracteriza pela defesa da soberania nacional, o impulso da paz e o enfrentamento à hegemonia e ao imperialismo.