Mulheres vão lutar contra decisão do Congresso de veto à cota feminina
A secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, participou do Fórum Diálogo Brasil PPA 2016-2019 Mulheres, realizado na terça-feira (16) em Brasília. Ela explica que as reuniões dos Planos Plurianuais estão colocadas dessa forma pela presidenta Dilma para aumentar a participação dos segmentos da sociedade de forma organizada na formulação do Orçamento Geral da União.
Publicado 19/06/2015 11:55
Os fóruns foram divididos em três categorias. A primeira a se reunir foram as mulheres, depois será a vez da juventude e em seguida dos trabalhadores.
“Este encontro foi muito importante para avançarmos em propostas de criaçãode políticas públicas que empoderem os direitos da mulher”, garante Ivânia. Segundo a sindicalista sergipana, “houve ampla participação das participantes do fórum tanto das presentes quanto pelas redes sociais e com isso conseguimos avançar no objetivo de alçar propostas que visem a autonomia econômica, social e sexual da mulher”.
Além disso, revela Ivânia, “também debatemos a transversalidade intra e inter governamental para a formulação de políticas para as mulheres que propicie o aumento da participação feminina na política e em todas as instâncias de poder e da sociedade, inclusive melhorias no mercado de trabalho”.
Mas principalmente foram discutidas formas de se enfrentar a violência contra as mulheres. “Acompanhamos o lançamento da cartilha Mais Mulheres na Política, lançada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)”.
A secretária da Mulher da CTB vê como um retrocesso na democracia brasileira a Câmara dos Deputados não ter aprovado a cota para as mulheres no Congresso. “Isso demonstra claramente que milhões de mulheres terem saído da extrema pobreza e estarem defendendo seus direitos à cidadania incomoda muito os setores mais atrasados da direita do país”, argumenta Ivânia. “Somos 52% da população e do eleitorado e temos menos de 10% de participação da Câmara dos Deputados, isso é um contrassenso determinado pelo poder econômico e pelo machismo. Mas vamos nos organizar e dar o troco”.
Ela ataca também a aprovação pela comissão especial da Câmara da redução da maioridade penal para 16 anos. “Então se uma criança de 8 anos por acaso cometer um crime vamos reduzir a idade penal para 8 anos?”, questiona. “Esses deputados em vez de construir escolas estarão lutando por verbas para construir prisões e aí que futuro teremos?”.
Neste fórum foi debatida ainda a realização da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres a ser realizada de 15 a 18 de março de 2016 em Brasília. “Já estão acontecendo as conferências municipais e as livres”, sinaliza Ivânia. “Precisamos reforçar a participação das centrais sindicais e dos sindicatos para a realização das conferências livres, porque são estas que levam as propostas mais avançadas”, conclama Ivânia.