OMS se recusa a declarar emergência mundial por conta do surto de Mers
O comitê de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), responsável por avaliar os riscos decorrentes da propagação da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), decidiu que, por enquanto, a síndrome não constitui razão para alarme mundial.
Publicado 17/06/2015 11:18
Os especialistas conversaram na terça-feira (16), pela nonagésima vez desde que o surto começou, em 2012.
O fato mais relevante é que os peritos entenderam que, por enquanto, não há necessidade de se declarar emergência sanitária mundial, porque não há sequer a comprovação de haver transmissão sustentada do vírus na comunidade internacional.
A declaração de emergência significaria assumir que o vírus Mers (da sigla em inglês) se transmite como uma gripe, que existe contágio por via aérea ou que qualquer pessoa em contacto com um portador do vírus pode ficar infectada.
O exemplo mais claro é o surto que acontece na Coreia do Sul onde, apesar do grande número de casos, a OMS entende que pode ser controlado, já que todos os casos se relacionam ao paciente contagiado no Oriente Médio, portanto a única fonte de transmissão.
Na manhã desta quarta-feira (17), o governo coreano anunciou que o número de mortos desde a chegada do vírus ao país, em maio, chega a 20 e o número total de casos subiu para 162. Dos infectados, 90% manifestavam problemas de saúde anteriores, informou o Ministério da Saúde da Coreia do Sul.
O comitê deixou claro, no entanto, que a transmissão se propagou na Coreia, de paciente a paciente, devido à falta de conhecimentos dos técnicos de saúde.
Os especialistas destacaram problemas como medidas de controle e prevenção precárias nos centros de saúde, o hábito de os doentes visitarem vários hospitais para obterem segundas e terceiras opiniões e ainda a tradição dos familiares de acompanharem muito de perto os enfermos.
A Coreia do Sul é o segundo país onde se registra o maior número de contágios, depois da Arábia Saudita, que informou a primeira vítima do vírus em 2012. Desde então, o vírus já infectou mais de 1,2 mil pessoas, das quais mais de 450 morreram.