Sisu: Interno do sistema penitenciário é aprovado e estudará na Unilab
Um interno cearense foi selecionado na segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu 2015) e tem vaga garantida no curso de Administração Pública da Universidade da Integração Internacional da Lusofobia Afro-brasileira (Unilab). A vaga é decorrente da nota obtida pelo aluno no último Enem.
Publicado 17/06/2015 19:46 | Editado 04/03/2020 16:25
O interno aprovado é preso provisório e agora depende da autorização judicial favorável para cursar a universidade. A Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) está realizando a articulação necessária com a Defensoria Pública do Estado para que o pedido seja feito ao Judiciário. Para a segunda chamada do Sisu, 81 internos do sistema penitenciário cearense se inscreveram. Ao todo, 1.167 participaram do Enem 2014 e 17 conseguiram a certificação no Ensino Médio.
A nota obtida no Enem também permitiu que alguns internos conseguissem vaga em universidades particulares. É o caso de Márcio Roberto, egresso do sistema penal, que começa a cursar no segundo semestre de 2015 o curso de administração, na Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene). "Sempre pensei em me dedicar aos estudos, mas me faltava tempo e, às vezes, interesse. Quando fui preso, aproveitei o conselho de um agente penitenciário de que deveria aproveitar o tempo vazio para estudar. Foi o que fiz. Resolvi assistir às aulas na unidade e colocar o estudo como prioridade na minha rotina. Estudava diariamente e essa experiência me fez crescer, ser um homem melhor", conta.
Ele salienta a importância de manter a mente ocupada durante o cumprimento da pena como forma de amenizar o clima pesado de uma prisão. "Ler, estudar me fez sentir liberto, mesmo estando privado de liberdade. Não me sentia bem estando lá dentro, mas como precisava cumprir minha pena, decidi que precisava fazer algo diferente para mudar minha vida", completa.
Para o assessor educacional da Sejus, Rodrigo Moraes, há um grande esforço para mobilizar os alunos a participarem dos exames de certificação. “Entendemos que o exame é uma grande oportunidade de avaliar o nível de ensino, oportunizar a certificação e o acesso ao nível superior. Cada certificação, cada acesso ao ensino superior é visto como uma grande vitória para o nosso interno e para o sistema de educação em prisões”, destaca Moraes.
O direito ao estudo é garantido pela Constituição Federal, pela Lei de Execução Penal (LEP), pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394) e pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
Fonte: Assessoria da Sejus