Executivo da Camargo Corrêa chora e diz: “Propina era funcional”
Em depoimento à CPI da Petrobras, o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, chorou, lamentou e se emocionou ao falar dos filhos e do prejuízo que a prisão na Operação Lava Jato causou à imagem de sua família.
Publicado 26/05/2015 15:33
“Isso não me é agradável”, disse o agora delator, que cumpre prisão domiciliar. Como se tivesse uma auréola sobre a cabeça, o ex-vice-presidente da empresa disse que a decisão de fazer a delação premiada não foi uma "boa decisão jurídica", mas que é uma "boa decisão pessoal".
“Minha colaboração [com a Justiça] é espontânea e consistente”, disse ele, tentando demostrar arrependimento.
No entanto, o executivo admite que não teve o mesmo discernimento moral e ético quando assumiu a vice-presidência da empreiteira, em 2011, e “foi cooptado” por um esquema que, segundo ele, já existia.
No depoimento, o executivo afirmou tudo foi culpa de seus antecessores Leonel Viana e João Auler, que lhe passaram a orientação de que a Camargo Corrêa deveria pagar propina ao esquema. “Não me via cometendo um crime, era algo que já existia, que era funcional”, declarou.