Campanha Mais Mulheres na Política chega ao Rio Grande do Sul
A procuradora da Mulher do Senado, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), lançou nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a campanha Mais Mulheres na Política, que busca garantir 30% das vagas na Casas legislativas para as mulheres. A senadora defendeu o combate à exclusão de gênero e destacou a razão pela qual a campanha deve ser feita em todo o país.
Publicado 26/05/2015 15:18
“É justamente para que cada estado e cada cidade tome consciência da importância do que será votado em Brasília, que é a reforma política”, explicou Grazziotin.
A senadora defendeu o fim do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, como forma de estancar a corrupção na vida pública e atacou o chamado "distritão". Neste sistema, o coeficiente eleitoral deixa de existir, e as votações para deputados e vereadores não seriam mais proporcionais, e sim majoritárias. Assim, apenas os mais votados em cada estado ou município seriam eleitos, e a "sobra" dos votos individuais não iriam para outro candidato.
“Se o 'Distritão' for aprovado, o sistema, que já é ruim, será ainda pior, pois a política será personalizada, em vez de ser programática”, advertiu.
Apoio local
A audiência pública, que contou com a presença da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), foi proposta pelas deputadas estaduais Manuela D'Ávila (PCdoB) e Stela Farias (PT). A deputada Silvana Covatti (PP) abriu o encontro, em nome da presidência da Assembleia Legislativa, e deu as boas vindas às parlamentares estaduais, aos representantes de secretarias de estado e às entidades da sociedade civil.
A deputada Manuela D'Ávila atacou a proposta de reforma política que deve ser apreciada e votada ainda esta semana em Brasília. Para a parlamentar, é necessário acabar com o financiamento privado das campanhas políticas, justamente por estarem na raiz da corrupção. Ela também protestou contra o "Distritão".
“Nós, mulheres, desapareceremos da política com a aprovação do ‘Distritão’. Nós, mulheres e todos aqueles que representam opiniões”, alertou Manuela.
Período de retrocesso
Outras deputadas estaduais do Rio Grande do Sul também se manifestaram contrárias à proposta de reforma política. Miriam Marroni (PT) criticou o fato do Brasil está vivendo um período de retrocessos e sugeriu que a bandeira de luta na reforma política seja o fim do financiamento privado de campanha.
Já Liziane Bayer (PSB) lamentou que “no Brasil ainda subsistam uma série de preconceitos que precisam ser vencidos, como a (necessidade de assegurar) maior presença de negros e negras nos espaços de poder".
Para a vereadora de Porto Alegre, Jussara Cony (PCdoB), é necessário continuar a luta para a construção de uma sociedade de iguais. “É o momento de reforçar os partidos políticos com a participação das mulheres”, defendeu a parlamentar.