Aldo Rebelo cria fórum de ciência com governadores do Nordeste
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, reuniu-se com os governadores do Nordeste, nesta quarta-feira (20), em Brasília, para construção de uma agenda comum para o desenvolvimento da região. "Temos que levar um projeto de desenvolvimento científico tecnológico e de inovação para o Nordeste como parte insubstituível de um projeto de desenvolvimento do Brasil", afirmou.
Publicado 21/05/2015 11:08
"A instalação deste fórum é o nosso papel de hoje", disse o ministro, ressaltando que o Ministério já possui diversas ações e programas na área com os governos dos Estados do Nordeste.
"A nossa política de nacionalização da ciência e da pesquisa já criou vínculos indissolúveis com o Nordeste, não só através do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) com financiamentos de bolsas de pesquisa, mas com a ampliação da rede ensino superior do Nordeste", disse.
Aldo reforçou que os projetos e ações a serem desenvolvidas pelo fórum precisam ter "um sentido de continuidade e permanência" e que isso só é possível com a implementação de um projeto de desenvolvimento que "ajude a enfrentar as desigualdades na região", identificando as potencialidades e gargalos de cada Estado.
"A ideia é discutir a região e depois desdobrar para cada Estado olhando as especificidades", afirmou.
Sugestão dos governadores
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), salientou que para superar as desigualdades regionais é preciso que a agenda "gire em torno de definição política de interesse de uma nação e não dos governadores".
Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu que se priorize aquilo que os Estados têm em comum. "Temos dificuldade muito grande de atuar como região", disse. Segundo o piauiense, se for trabalhado um foco comum aos nove Estados, o investimento em uma determinada pesquisa pode aproveitar melhor os recursos. O resultado, por sua vez, terá impacto regional. "É ter uma ‘pauta Nordeste'. Uma, duas, três áreas que vamos focar até 2018", resumiu.
O governador ressaltou ainda a necessidade de diálogo. "O Nordeste quer dizer o que é a prioridade de quem está lá no dia a dia", disse. Ele acrescentou que, dos pontos de vista econômico e social, algumas ações têm efeitos muito maiores para a região, o País "e às vezes até para o mundo".
O ministro acolheu as sugestões apresentadas por Dias, reforçando que, especialmente no que diz respeito à inovação, é indispensável a mobilização do setor privado. Ele encomendou à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ao CNPq e às secretarias do seu Ministério um levantamento sobre as ações em curso voltadas ao Nordeste e a Estados da região especificamente.
Passos largos
"Hoje, para permitir que o projeto nacional dê passos mais largos, é preciso haver uma forte inclusão do Nordeste", ressaltou o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda. "Todos os recursos investidos estão dando impactos de retorno extraordinários", disse, citando o Porto Digital, na área de tecnologias da informação e da comunicação, em Recife (PE).
O potencial econômico da biodiversidade da Caatinga foi outro ponto abordado pelo secretário. "A pesquisa para melhorar o sabor e a durabilidade do caju encontrou um produto diretamente para a indústria farmacêutica, para recuperação de tecidos humanos e óssea", exemplificou o secretário. "O esforço para melhoramento para frutas e sucos, que é o papel da Embrapa Agroindústria Tropical (unidade com sede no Ceará), tem desenvolvido inúmeros produtos cosméticos."