Suprema Corte argentina recebe lista de juízes ligados à ditadura

Um grupo de políticos e defensores de direitos humanos apresentará à Suprema Corte argentina um documento que inclui os nomes de 24 juízes federais, acusados de cumplicidade durante a última ditadura militar (1976-1983).

Argentina condena militares e civis à prisão perpétua por crimes na ditadura - Divulgação/Abuelas de la Plaza de Mayo

A lista é resultado da Jornada de Advogados e Querelantes em causas de Lesa Humanidade realizada em abril passado, na qual cerca de 150 advogados explicaram sobre a responsabilidade judicial no terrorismo de Estado, devido às últimas sentenças que obstaculizam o julgamento de civis durante a ditadura, reportou a Télam.

O ato de entrega tem como sede a Rua Talcahuano, onde se localiza o monumento em homenagem aos advogados desaparecidos da última ditadura, com a presença de representantes de uma centena de organizações de todo o país.

O documento, agrega a fonte, pede também ao Poder Judicial que realize uma "profunda autocrítica" e denuncia a existência de "setores reacionários e antidemocráticos ocultos que tentam frear o julgamento dos crimes de lesa humanidade".

Os advogados apontaram que a autocrítica, além de incluir o pedido de perdão a vítimas, familiares e toda a sociedade, deve defender uma "ampla e detalhada investigação".

Além disso, reclamam a identificação pública dos servidores públicos que com suas sentenças "incentivam a impunidade, obstruindo as investigações ou são omissos a chamar uma apuração" como no caso que investiga os diretores do grupo Clarín, Héctor Magnetto e Ernestina Herrera de Nobre, e do jornal La Nación, Bartolomé Mitre.

Fonte: Prensa Latina