Atolado em crise, Beto Richa é denunciado em esquema de corrupção
A cada dia surgem mais ações que comprovam a desonestidade e a má gestão do governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB. Após comandar o massacre dos professores grevistas em seu estado, Richa é apontado como favorecido em um esquema de corrupção que lesou em mais de R$ 50 milhões os cofres públicos nos últimos dez anos.
Publicado 19/05/2015 09:46
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo desta terça (19), o auditor Luiz Antônio Souza, em acordo de delação afirmou ter repassado R$ 2 milhões de propina à campanha do tucano Beto Richa e apresentou notas fiscais ao Ministério Público para comprovar uso de verba de corrupção no comitê tucano.
Uma das notas fiscais em que a Folha teve acesso comprova um valor de R$ 5.700, sobre a aquisição de 70 unidades de compensados na Gmad Complond Suprimentos para Móveis. De julho de 2014, a nota citada identifica o CPF de Souza como destinatário. O endereço de entrega é o mesmo do comitê de campanha do PSDB.
Segundo o advogado do delator, Eduardo Duarte Ferreira, seu cliente tem "mais duas ou três notas" comprovando outros pagamentos com a verba de corrupção no comitê do PSDB.
Souza explicou aos promotores que recebeu ordens do então inspetor-geral de fiscalização da Receita, Márcio de Albuquerque Lima – apontado como líder do esquema – para "atender a todos os pedidos do Vitor Hugo".
Na época, Vitor Hugo Boselli Dantas era o chefe do comitê da campanha tucana em Londrina. Com a vitória de Richa, Vitor Hugo ganhou o cargo de coordenador da região metropolitana de Londrina.
Márcio, que chegou a ser preso, mas agora responde às acusações em liberdade, é amigo de Richa – os dois foram parceiros em corridas de automobilismo.
Souza está preso desde janeiro sob acusação de participar de esquema de cobrança de propina de empresários para reduzir ou até anular dívidas tributárias.
Crise financeira no estado
Afundado em crise financeira resultado de sua própria gestão, o governador estuda a venda de participações em estatais como Copel e Sanepar para levantar recursos.
Em entrevista ao jornal Valor, o secretário da Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Machado da Costa disse que as ações vendidas seriam as do "excedente do controle" do Estado, o que daria uma receita estimada pelo "Valor Data" em R$ 950 milhões.
Verba da Previdência Social
No final de abril, o tucano sancionou o projeto de lei que promove mudanças no custeio da ParanaPrevidência, o regime próprio da Previdência Social dos servidores paranaenses. O que causou indignação dos servidores públicos, principamente da Educação e que levou o governador a tomar atitudes violentas por parte do estado nunca vistas numa democracia.
Criticado até mesmo pela presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, sobre o tratamento violento dado aos professores paranaenses, nesta segunda-feira (18) foi a vez do ex-presidente Lula criticar a má gestão dos tucanos nos estados, entre eles, o de Minas Gerais. Em seu perfil no Facebook, Lula elogiou o atual governador mineiro, Fernando Pimentel, por ter iniciado o pagamento do piso salarial dos professores, e teceu críticas aos tucanos por não cumprirem a lei do Piso Salarial Profissional Nacional.
Lula alfinetou: “enquanto em alguns estados os governos não dialogam com os professores, o Partido dos Trabalhadores e os partidos aliados em Minas Gerais mostram que é possível avançar tanto na negociação democrática quanto na valorização dos educadores. Educação se constrói com diálogo, não com violência”, escreveu.