Aécio diz que está tudo pronto para o impeachment, só faltam as provas
Num evento que mais parecia a convenção do PSDB, a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos entregou prêmio de “personalidade do ano” aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton, nesta terça-feira (12), em Nova York. Em entrevista coletiva pouco antes do evento, Aécio garantiu que tudo está pronto para o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, só faltam as provas.
Publicado 13/05/2015 11:45
Segundo o candidato derrotado nas urnas, há "indícios" muito fortes contra Dilma. “As denúncias que surgem em relação à Lava Jato, inclusive na última semana, mostram que houve dinheiro de propina para a campanha presidencial. E isso é extremamente grave”, disse Aécio, que foi citado pelo doleiro Alberto Youssef no esquema de propinas de Furnas.
O tucano disse também que todas as cogitações estão sendo avaliadas pelo PSDB. A tese do impeachment dividiu os tucanos e aliados da oposição por causa da falta de base jurídica e da falta de apoio político.
A premiação aconteceu no hotel Waldorf Astoria e contou com a presença de 1.200 pessoas, entre tucanos “ilustres” e outros políticos que viajaram especialmente para acompanhar a entrega do prêmio, que para eles equivale ao Oscar.
Os senadores Aécio Neves, Tasso Jereissati e José Serra, os governadores Geraldo Alckmin (são Paulo), Marconi Perillo (Goiás) e Pedro Taques (Mato Grosso) e – vejam só – o ex-senador José Sarney (PMDB), além de deputados federais, empresários, diplomatas, executivos do setor financeiro e socialites, que desfilaram de smokings e vestidos de gala.
Entre os empresários e executivos brasileiros, estavam presentes Luiz Carlos Trabucco, do Bradesco, André Esteves, do BTG Pactual, Luis Furlan, da Brasil Foods, José Luis Cutrale, Rubens Ometto, da Cosan, e Roberto Setúbal, do Itaú.
Num discurso proferido parte em inglês, parte em português, FHC falou o que os gringos e os tucanos queriam ouvir. Fez questão de lembrar que foi o pai da privatização dos serviços de telefonia e do que chamou de “abertura comercial do Brasil”, ou seja, da entrega das estatais ao capital estrangeiro. Lembrou tudo isso para criticar os governos de Lula e Dilma.
“O governo interpretou o que era política de conjuntura como um sinal para fazer marcha à ré”, observou. “Paulatinamente fomos voltando à expansão sem freios do setor estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos megalômanos que já haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns governos do passado”, disse.
“Cardoso foi a pessoa certa no tempo dele. Aliás, é a pessoa certa em qualquer tempo”, choramingou Clinton.
O publicitário Nizan Guanaes, que foi um dos mestres de cerimônia e fez a apresentação de Clinton, também manifestou o seu derrotismo. “Ter saudade quer dizer sentir a falta de alguém. Saudade, presidente Fernando Henrique”, disse o marqueteiro da campanha de 1998 de FHC e de José Serra em 2002.
A “saudade” de Nizan e outros é na verdade inconformismo com as quatro derrotas consecutivas que tiveram nas urnas. O povo brasileiro reafirmou que não tem “saudade” nenhuma da política de quebradeira da indústria, arrocho dos salários e perda de direitos dos governos tucanos, por isso reelegeu a presidenta Dilma.
Dayane Santos, do Portal Vermelho, com informações de agências