"Janot tem querela pessoal", reclama Cunha sobre parecer da Lava Jato
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não conseguiu esconder o seu incômodo com a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que dê continuidade ao inquérito sobre sua participação no esquema investigado pela Operação Lava Jato.
Publicado 05/05/2015 12:41
Em entrevista nesta terça-feira (5), Cunha escancarou o seu desconforto ao afirmar que Janot tem uma "querela" com ele desde que contestou o procurador. “Ele escolheu a mim e está insistindo na querela pessoal porque eu o contestei. Virou um problema pessoal dele comigo”, afirmou Cunha.
Motivo da tal "querela": o parecer da Procuradoria-Geral da República. De acordo com o documento, há indícios para o prosseguimento das investigações não só em relação a Cunha, mas também sobre a conduta dos senadores Antônio Anastasia (PSDB-MG), Valdir Raupp (PMDB-RO), do ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e do vice-governador da Bahia, João Leão.
Marcado por tratar questões ao velho estilo faroeste por meio da imprensa, Cunha disse que no documento enviado ao STF, ele provou que as contribuições citadas foram feitas diretamente.
“[Janot] insiste e me escolheu para investigar. Ele coloca as situações que não fazem parte do objeto inicial do Ministério Público baseado em matérias jornalísticas para criar qualquer tipo de constrangimento. Não vai me constranger. Estou absolutamente tranquilo”, garantiu Cunha. Imaginem se não estivesse.
O presidente da Câmara fez questão de explicar que contestou as investigações na primeira etapa pelo fato de outros envolvidos terem tido os inquéritos arquivados. “Eu provei nos fundamentos do meu agravo regimental que outras pessoas que deveriam estar sendo investigadas não estão”, afirmou. O pedido para arquivamento do inquérito contra o presidente da Câmara ainda será analisado pelo STF.
Do Portal Vermelho, com informações da Agência Brasil