Dilma reúne centrais e diz ser contra terceirização em atividades fins
Às vésperas do 1º de Maio, Dia do Trabalho, a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com lideranças das centrais sindicais, no Palácio do Planalto, para tratar reivindicações da classe trabalhadora. Como esperado, a terceirização foi pauta abordada pela presidenta no encontro. Dilma destacou a necessidade de regulamentar a terceirização, mas reafirmou que isso não pode representar a perda de direitos dos trabalhadores e impedir a perda de recursos da Previdência Social.
Publicado 30/04/2015 17:00
“A regulamentação do trabalho terceirizado precisa manter, do nosso ponto de vista, a diferenciação entre atividade-fim e atividade-meio nos mais diversos ramos da atividade econômica. E para nós isso é necessário para assegurar para o trabalhador a garantia dos direitos conquistados nas negociações salariais e também por uma razão ligada à nossa Previdência, para proteger a Previdência Social da perda de recursos, garantindo a sua sustentabilidade”, afirmou Dilma durante o encontro que contou com a presença de representantes da CTB, CUT, UGT, CSB, NCST, Força Sindical e Contag.
Os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Carlos Gabas (Previdência Social), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Manoel Dias (Trabalho), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Nelson Barbosa (Planejamento) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) também participaram da reunião.
Dilma manifestou sua preocupação com a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados, que libera a terceirização em todas as atividades da produção. Ela frisou que é fundamental impedir que haja uma desorganização das relações de trabalho com incentivo à chamada pejotização, “que precariza na prática as atividades e as relações de trabalho".
"Estamos acompanhando o debate, que agora está no Senado. O esforço e o compromisso do meu governo é no sentido de que, no final deste processo, tenhamos os direitos e as garantias dos trabalhadores mantidos”, destacou a presidenta.
1º de Maio
Por meio de decreto, a presidenta instituiu o Fórum de Debate sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social. Trata-se de um grupo quadripartite que irá reunir governo, trabalhadores, aposentados e empresários.
“No 1º de Maio temos que celebrar e avançar em conquistas”, disse Dilma. “Todos nós mantemos a fé no país e tenho certeza que por isso, no próximo ano, nós vamos ter novas conquistas para celebrar, que eu espero que saiam desse fórum, dessa mesa de negociação”, declarou a presidenta, informando que o fórum será coordenado pela Secretaria-Geral da Presidência e deverá ser instalado dentro de duas semanas e deverá discutir, entre outros temas, o fator previdenciário.
“Essa representação quadripartite tem o objetivo de estabelecer um diálogo e buscar que nós tenhamos uma pauta”, destacou.
Agressão contra professores
Diferentemente dos tucanos que utilizam a truculência e a bala contra aqueles que reivindicam, Dilma salientou a importância de promover o diálogo com os movimentos sociais e fez referência à repressão policial contra professores no Paraná.
“Diálogo é algo que nós devemos enfatizar nesse momento no Brasil em que vemos alguns acontecimentos bastante graves no que se refere à relação com os trabalhadores que reivindicam”, destacou Dilma.
Aliás, diálogo tem sido uma palavra recorrente nos discursos da presidenta Dilma desde a vitória nas urnas, em outubro último. Diante dos atos convocados pela oposição contra o seu governo, Dilma declarou: “Na democracia nós respeitamos as urnas, que traduzem a vontade de toda a nossa nação. Na democracia nós respeitamos as ruas, um dos legítimos espaços de manifestação popular, pacífica e sem violência. Respeitamos e ouvimos todas as vozes de todos os partidos e de todas as tendências. Por isso, o governo sempre irá dialogar com as manifestações das ruas. Ouvir é a palavra, dialogar é a ação”, disse a presidenta em discurso em março último.
No encontro desta quinta (30) com as centrais, a presidenta voltou a dizer que esse é o seu compromisso.
“Para nós, que defendemos o diálogo, que achamos que mesmo tendo posições diferentes sobre alguns assuntos, podemos construir propostas comuns, construir consensos, e que achamos que esse é o melhor caminho, vai nos caber a todos que integram esse fórum encontrar a melhor estratégia e definir os instrumentos mais eficientes para que nossos objetivos sejam atingidos”.
Dilma também defendeu o ajuste afirmando que é uma medida necessária em razão da crise internacional e “fatores de ordem interna”, mas que o Brasil vai recuperar o crescimento econômico.
Do Portal Vermelho, com informações de agências