Interatividade na TV Digital reposiciona comunicação pública no país

"Interatividade na TV Digital abre espaço para democratização E permite reescrever a historia das TVs públicas abertas do país", afirmou Cosette Castro, coordenadora do Observatório Latino-Americano das Indústrias de Conteúdos Digitais (OLAICD)/ UCB e pesquisadora em Comunicação Digital, durante entrevista à Rádio Vermelho, ao falar sobre o que significa garantir a definição da interatividade nas caixas de conversão para a TV digital no Brasil.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho

Cosette Castro sobre TV Digital

De Brasília, Cosette explicou como anda o debate entre sociedade civil, academia, Estado e empresariado e indicou o que está em jogo nessa disputa. "A interatividade era uma grande desconhecida no país em que foi criada. O patinho feio é um cisne que permite reescrever a historia das TVs públicas abertas do país (TV Brasil, TVs educativas estaduais, TVs universitárias, TVs do legislativo e do judiciário, TVs comunitárias e outros canais públicos que ainda poderão ser criados) através da multiprogramação usando o controle remoto e canal de retorno pelo ar. Significa a possibilidade histórica de oferecer".

Ela lembra que a interatividade é uma grande inovação e não é por acaso que ela chegou em 17 países. A pesquisadora explica que o uso da interatividade em outras partes do globo serve de exemplo para as potencialidades que essa ferramenta, ou tecnologia, pode oferecer à população.

“A interatividade é uma forma de inclusão que ajuda na construção da cidadania e do desenvolvimento do país”, defendeu. Com a multiprogramação, argumenta Cosette, a população teria acesso a novos camis, pois isso aumentaria o número de subcanais disponíveis, a programação e também, consequetemente, a demanda por profissionais de comunicação.

É importante lembrar que a decisão tomada implicará na perspectiva de haver, ou não, possibilidade de interatividade e acesso à multiprogramação para os usuários da TV aberta.

Diálogo com o governo

Na oportunidade, Cosette Castro falou que tanto a presidenta Dilma Rousseff como o ministro Ricardo Berzonini sinalizam apoio em torno da agenda. No entanto, a pesquisadora alerta a pressão social nesse momento é muito importante, tendo em vista que está em disputa projetos distintos e que cutucam o négócio dos radiodifusores e das telecomunicações.

Leia também:
Entidades reforçam luta pela interatividade na TV digital

Ela informou a reunião do Gired na Anatel realizada na tarde desta quarta-feira (29) postergou a decisão sobre a interatividade nas caixas de conversão para o dia 15 de maio para tentar chegar a um consenso entre os 05 modelos apresentados.

"O Governo federal, através do Ministério das Comunicações, reafirmou publicamente na reunião a defesa da interatividade nas caixas de conversão. A grande questão nos próximos 15 dias é garantir que a caixa escolhida não seja uma caixa "quebra galho", mas que realmente beneficie a população de baixa renda sem internet, garanta a multiprogramação nas TVs públicas e a janela de libras dos 9 milhões de deficientes auditivos no país. Ou seja, ainda há muita negociação pela frente", defendeu Cosette durante a entrevista.

PCdoB apoia #InteratividadeSim

Em reunião com a deputada federal Luciana Santos (PCdoB-PE), nesta segunda-feira (27), Cosette Castro, Richard Santos, que também é pesquisador da pauta e Cristiana Freitas, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), debateram a agenda. Na oportunidade, a parlamentar comunista anunciou seu apoio a campanha em favor da #InteratividadeSim na TV Aberta para famílias de baixa renda no Brasil no processo de conversão da TV analógica para o sistema digital.

De acordo com os pesquisadores, através do sistema desenvolvido no Brasil em código aberto, acoplado dentro da caixa de conversão para o canal digital, as famílias podem receber informações sobre diferentes questões, inclusive ter um canal de serviços públicos através da multiprogramação.

Campanha ganha força pelo Brasil

A interatividade está ganhando o espaço que merece entre os formadores de opinião, entre os movimentos sociais, na academia e também entre os partidos políticos. Mas há um longo caminho a ser feito. Conheça as entidades que apoiam essa luta.

FNDC
Sindicato dos Jornalistas DF
Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radio e TV – Fitert
GT Conteúdos Digitais e Convergência Tecnológica- Intercom
Associação Brasileira das ONGs- ABONG- RS
CFEMEA Feminista
Blog do Luis Nassif
Conselho Consultor da EBC
Comunidade Ginga -DF
Comunidade Ginga Bolívia
Empresa Brasil de Comunicação -EBC
Observatório Latino-americano de Indústria de Conteúdos Digitais – OLAICD/UCB
Frenavatec
Nação Hip Hop Brasil
Barão do Barão De Itararé Rio de Janeiro – DF – Nacional
Projeto Brasil 4D/EBC
Blog do Chico Sant'Anna
Associação Nacional dos Estudantes de Pós-Graduação (ANPG)