Urariano Mota: Por que tantas derrotas do nosso lado?
Nesta sexta-feira (24), a coluna Prosa, Poesia e Política, conduzida pelo jornalista e escritor pernambucando Urariano Mota, rende homenagem a Canhoto da Paraíba que neste 24 de abril faz 7 anos da sua morte. Ao longo de sua narração, o colunista da Rádio Vermelho fala da resistência do genial violonista, "um homem com mania de felicidade".
Publicado 23/04/2015 19:11
Durante sua coluna, ele lembrou que "nos últimos 14 dias, os brasileiros em geral, e os pernambucanos em particular, temos passado por fortes emoções. Perdemos em pouco espaço, o escritor e jornalista Marco Albertim, o deputado Manoel dos Santos, o ex-deputado Pedro Eugênio e o sanfoneiro Camarão. Já na quarta-feira, o coração balançou para Armando Monteiro Neto, ministro da nossa presidenta. Pelo visto, em Pernambuco ninguém morre mais de tédio. É só do coração".
"Por que tantas perdas em tão pouco tempo? Por que a má sorte só está soprando para o nosso lado?", questionou Urariano.
E completou: "A revolta, diante do irracional do falecimento de tantas pessoa valorosas, não cabe no quadro geral de que nada é mais racional que a morte. Mas mesmo aí, nessa constatação conformista, existe um dose forte de irracionalidade. Pois não seria mais democrático e até para vitória da eloquência da estatística, não seria mais representativo que a morte espalhasse os seus bens por todas as raças, ideologias e credos? Por que nos mais recentes dias a morte só tem batido em nosso lado?"
E destacou que "a lembrança de Canhoto pode ser uma resposta à pergunta: Por que nos mais recentes dias a morte só tem batido em nosso lado? Ou como expressou o poeta João Cabral:
“E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica”.