FHC admite: "Impeachment não pode ser tese"
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tenta conter a histeria tucana daqueles que querem criar um factoide para emplacar um impeachment contra o governo de Dilma Rousseff. Segundo FHC, a medida depende de fatos objetivos e seria "precipitação" abrir um processo neste momento.
Publicado 20/04/2015 10:18
"Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode!", disse FHC, neste domingo (16) durante um seminário ao lado de outros ex-presidentes latino-americanos no Fórum de Comandatuba, no Sul da Bahia.
Para FHC, que tem defendido a estratégia da judicialização da política para assegurar o golpe, disse que "não faz sentido" que os partidos antecipem esse movimento enquanto não houver decisões de tribunais ou provas concretas de irregularidades cometidas pela presidente.
"Impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva ou não houve razão objetiva. Quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a polícia, o tribunal de contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido", declarou. "Você não pode fazê-lo fora das regras da democracia, tem que esperar essas regras serem cumpridas. Qualquer outra coisa é precipitação."
A declaração de FHC é uma tentativa de conter a histéria que tomou conta de lideranças tucanas e provocado conflitos entre eles. O inconformismo com a derrota nas urnas levou o PSDB a encomendar pareceres de juristas sobre a viabilidade de um pedido de impeachment.
O primeiro parecer, de Ives Gandra, foi criticado por juristas por ter um embasamento apenas político. Agora, aguarda um parecer do jurista e ex-ministro da Justiça Miguel Reale baseado na Lei de Responsabilidade Fiscal.
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Do Portal Vermelho, com informações de agências