UJS repudia "show de horrores fascista" nas ruas do Brasil
Com objetivo de ampliar as mobilizações sociais a partir de uma frente ampla, para frear aqueles que buscam interromper as realizações da juventude e traçar uma tática para o 54º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), a Comissão Diretora Nacional da União da Juventude Socialista (UJS) se reuniu neste domingo (12) e tirou agenda de ação para enfrentar a atual luta em curso.
Publicado 13/04/2015 19:08
Entre os temas abordados está a defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma Rousseff. De acordo com a resolução, "a continuidade da gestão da presidenta Dilma é a garantia que a juventude tem de avançar. Porque assim tem sido até aqui. Foi nos marcos da gestão de Dilma que conquistamos o Plano Nacional de Educação (PNE) com meta de investimentos de 10% do PIB para a área; além dos 75% dos royalties e 50% do fundo social do pré-sal também para a educação".
Leia a íntegra do texto:
Resolução da Comissão Diretora Nacional da UJS
Nesse domingo (12), a Comissão Diretora Nacional da UJS reuniu-se em São Paulo. Na pauta de discussão, a necessidade de ampliar as mobilizações sociais a partir de uma frente ampla, para frear aqueles que buscam interromper as realizações da juventude, e traçar uma tática rumo ao 54 Congresso da UNE.
Essa reunião ocorreu em meio a um cenário de forte acirramento político. Diante da crise econômica mundial que impõe recessão a diversos países, inclusive ao Brasil, a direita se aproveita da fragilidade da economia para impor uma crise política. A sanha golpista daqueles que perderam a quarta eleição seguida para a presidência da República se materializa por setores do mercado, ganha força com a composição mais conservadora em 50 anos do Congresso Nacional e com a histeria do monopólio da mídia – que foi engendrado em plena Ditadura Militar, diga-se de passagem – e passa a ir para as ruas.
Nesse quadro, a UJS se utiliza de uma da suas principais características: a definição clara de que lado atua. Por conta disso, defende o mandato constitucional e legítimo da presidenta Dilma e o projeto político representado por ela. Além de defender a democracia e condenar as manifestações de teor fascista. Historicamente, as ruas sempre foram palco do clamor pela soberania nacional e por mais direitos. É dessa forma que continuaremos as ocupando.
A continuidade da gestão da presidenta Dilma é a garantia que a juventude tem de avançar. Porque assim tem sido até aqui. Foi nos marcos da gestão de Dilma que conquistamos o Plano Nacional de Educação (PNE) com meta de investimentos de 10% do PIB para a área; além dos 75% dos royalties e 50% do fundo social do pré-sal também para a educação. Além de várias de nossas bandeiras de lutas que se tornaram realidade, como: as cotas, o REUNI, o PROUNI, a democratização do FIES, o acesso à moradia, a ampliação de jovens no mercado formal de trabalho, etc.
A perspectiva de ampliação dos investimentos na educação ocorreu paulatinamente a retomada do fortalecimento da Petrobrás. Apenas sob o regime de partilha e a expansão da empresa a partir do conteúdo nacional na engenharia, que isso foi possível. E apenas com a manutenção dessa lógica que cada centavo desses recursos serão implementados na prática. Por isso, a defesa da Petrobras é estratégica.
Durante as mobilizações para o maior fórum de debate político da juventude brasileira, que é o Congresso da UNE, já colocamos o movimento “Abre Alas” nas universidades e nas ruas. Por meio dele, chama-se a construção da unidade para que a UNE permaneça na vanguarda da luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade, dos desafios da conjuntura, além de uma entidade popular e democrática.
Além disso, a militância é chamada a desenvolver mobilizações no curso da agenda política e realizar semanalmente Dias Nacionais de Lutas pautando a Reforma Política, a Democratização da Mídia, a Redução da Maioridade Penal, a terceirização no mercado de trabalho, etc. Além de realizar encontros para debater as conquistas obtidas nos últimos anos, a perspectiva dos negros, das mulheres, dos lgbt´s e dos trabalhadores na universidade e na sociedade.
Destaca-se a chamada para participar da manifestação em todo Brasil convocada pelas Centrais Sindicais, no dia 15/04, contra o PL 4330 da terceirização, e da descomemoração dos 50 anos da Globo, no dia 26/04. Essa última, convocada a partir das Jornadas de Lutas da Juventude e que já envolveu diversas entidades reunidas em outros fóruns.
A juventude sempre ousou a ditar os rumos do país e não pode ser diferente nesses dias. Apontar saídas para a crise econômica de modo que não penalize os trabalhadores e as trabalhadoras é um desafio desse tempo. Para isso, é importante lutar pela taxação das grandes fortunas como forma de garantir a arrecadação necessária para o Estado ampliar as políticas sociais implementadas.
O conjunto de pautas para nortear as mobilizações dos próximos meses, ressalta-se, tem como centralidade a luta por uma Reforma Política com fim do financiamento empresarial de campanhas.
É necessário reforçar o debate proposto pela Coalizão Democrática e a coleta de assinaturas do seu Projeto de Iniciativa Popular. O peso do poder econômico nas eleições – culminando num Congresso Nacional de maioria branca, empresarial e das elites – já demonstrou sua ameaça a sociedade com a admissibilidade da redução da maioridade penal na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e a aprovação do PL 4330, da terceirização no mercado de trabalho, na mesma Casa.
A UJS é herdeira direta daqueles e daquelas que lutaram no Araguaia para resistir à Ditadura Militar. É preciso defender seu legado. Nesse 12 de abril, data de mais um show de horrores fascista nas ruas, também comemora-se o aniversário do marco inaugural da Guerrilha do Araguaia. A vida daqueles que ali tombaram precisa ser honrada com o aprofundamento da democracia. E não com o regresso às condições que possibilitaram seus assassinatos. Todos que foram responsáveis diretos por esses crimes naquela época precisam ser punidos conforme o rigor da Lei e a partir da investigação de seus atos com a abertura dos arquivos da Ditadura.
É com esse anseio que iremos continuar mobilizando a juventude por mais oportunidades!
Do Portal Vermelho