Mulheres manifestam força pela aprovação da cota de gênero
Nesta terça-feira (16), os deputados retomam a análise do primeiro turno da reforma política e poderão votar temas como a criação de cotas para mulheres nas eleições proporcionais. Na semana passada o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tentou votar a proposta sem o quórum mínimo necessário, demonstrando as dificuldades que existem para que a proposta seja aprovada.
Publicado 14/06/2015 13:07
As deputadas se manifestaram contrárias à manobra e conseguiram impedir a votação. Mas foi com a palavra do deputado Henrique Fontana (PT-SP) que insistiu na advertência, que fez com que Cunha suspendesse a votação, adiando para esta semana.
Na sessão, Fontana disse: “Parece-me que, com o quórum de 276 Parlamentares, não se pode votar emenda constitucional. Em outros momentos, quando o interesse era outro, a Casa aguardou quóruns altos para votar uma emenda constitucional”, sendo interrompido por Cunha que pedia que ele concluísse a fala.
“Nós não podemos votar ação afirmativa que busca ampliar o número de vagas para mulheres com quórum de 278 Parlamentares. Não me parece razoável, presidente”, concluiu o deputado.
A favor da proposta
No mesmo dia, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Procuradora da Mulher no Senado, discursou a favor da proposta da cota de gênero para o Parlamento brasileiro, “para um país cujo eleitorado, em mais de 51%, é formado por mulheres, mulheres que têm um maior nível de escolaridade em relação aos homens; mulheres que participam com mais de 40% da força produtiva da nossa Nação, mas que, infelizmente, ocupam, em média, somente 10% das cadeiras do nosso Parlamento.”
A proposta defendida pelas bancadas femininas da Câmara e do Senado acrescenta no texto constitucional a reserva de 50% das vagas para cada gênero. Conforme o texto, na primeira eleição após um ano de vigência da emenda constitucional, o percentual será de 30%, aumentando em cinco pontos percentuais a cada eleição, até alcançar os 50%.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), como toda a bancada dom PCdoB na Câmara e no senado, defende a maior participação feminina no Legislativo. “Sabemos que o processo de confinamento da mulher brasileira levou a essa condição de, infelizmente, retardar o nosso processo de participação na política. Mas estamos aqui. Somos poucas, mas somos ruidosas”, afirmou, manifestando a força com que a bancada feminina luta pela aprovação da proposta.