Fórum Social Mundial: Povos unidos pedem paz e mais direitos    

Mesmo sob forte chuva, cerca de 3 mil de ativistas e militantes do movimento social compareceram à tradicional Marcha de Abertura do Fórum Social Mundial, na tarde desta terça-feira (24). A manifestação teve como tema “Os povos unidos pela liberdade, igualdade, justiça social e pela paz”. Em solidariedade aos tunianos e a todas as vítimas de terrorismo, contra todas as formas de opressão.

Por Ana Flávia Marx*, de Túnis, especial para o Portal Vermelho
 

 

Marcha de abertura do Fórum Social Mundial na Tunísia em 2015 - Ana Flávia Marx

Os manifestantes percorreram os arredores do Museu Nacional Bardo, isso porque seis dias antes de começar o Fórum Social Mundial, um atentado terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico matou 21 pessoas, alterou o cenário, mas também serviu para enaltecer alguns dos valores desta edição do Fórum.

A marcha foi a primeira mobilização social que aconteceu nas ruas de Túnis após o atentado e, embora tivesse muita tensão, o percurso aconteceu tranquilamente. O ponto final foi em frente ao Museu que teve sua reabertura simbólica para os participantes do ato – a oficial foi no dia anterior.

Diversidade e luta por um mundo mais igual

Diante de um cenário mundial marcado pelos sintomas da grande crise do capitalismo que articula o seu poderio nesta fase de financeirização do capital para a sua manutenção com a imposição de uma agenda que retira direitos e impõe uma política fiscal austera em diversos países, as entidades compareceram à marcha com bandeiras plurais que cumprem o papel de disputa contra hegemônica.

As pautas demonstram o grau de diversidade das entidades que participam do Fórum. Contra o imperialismo, o capitalismo, a política de austeridade fiscal, pelos direitos dos imigrantes, em defesa do Estado Palestino, contra o machismo, o racismo, a homofobia, por uma comunicação democrática e mídia livre em todo o mundo.

Todas essas bandeiras dialogam com o temário geral do evento que é “Dignidade, equidade e a luta por direitos”.

Cidade onde nasceu a Primavera Árabe

A cidade está envolta de grande simbolismo por ter sido justamente aqui o local onde começou a série de revoltas que ficaram conhecidas como “Primavera Árabe”.

Por toda a cidade há um sentimento notável de nacionalismo e defesa da democracia, que foi despertado com a explosão provocada pela grande onde de manifestação que teve início quando o vendedor de frutas Mohamed Bouazizi ateou fogo em seu próprio corpo, como forma de protesto por não conseguir a licença para trabalhar nas vias públicas.

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*Jornalista, militante do PCdoB e integra o núcleo do Barão de Itararé de São Paulo